Para responder "aos problemas dos trabalhadores". CGTP vê "oportunidade" para alterar OE
Isabel Camarinha quer que o Orçamento do Estado inclua a "valorização dos trabalhadores da administração pública, o aumento das reformas e pensões, o investimento nos serviços públicos e nas funções sociais do Estado".
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A CGTP considera que o momento atual da política portuguesa é uma "oportunidade" para que se altere a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, de forma a incluir algumas medidas que estão em falta.
"Nós encaramos esta situação como consequência também das opções que têm vindo a ser seguidas e o que se exige neste momento com um Governo demissionário, mas é um governo que está em funções, aliás, estará em funções e até irá, tal como a Assembleia da República, votar o Orçamento do Estado e o Orçamento do Estado que está na neste momento em discussão não responde aos problemas dos trabalhadores e do país", critica Isabel Camarinha em declarações aos jornalistas durante a manifestação deste sábado contra o aumento do custo de vida e reivindicar aumentos salariais de pelo menos 150 euros e das pensões.
Por isso, a atual crise política é uma "oportunidade" para "alterar a proposta de Orçamento do Estado que vai ser votada, no sentido de que ela dê efetivamente resposta à necessidade de valorização dos trabalhadores da administração pública, do aumento das reformas e pensões, do investimento nos serviços públicos e nas funções sociais do Estado".
Também presente na manifestação esteve a coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, que afasta o partido do centro das "negociatas".
"O que é importante neste momento é que cada partido diga ao que vem e cada força política se comprometa com os seus princípios, com os seus valores, com as suas propostas e o que é importante para o Bloco de Esquerda neste momento é afirmar que a esquerda não são os centros das negociatas, dos favores, dos privilégios, das grandes empresas que beneficiam com cada decisão e cada grande projeto económico deste país", explica Mariana Mortágua.
A líder bloquista prossegue: "A esquerda são as pessoas que trabalham, são as pessoas que constroem o país, os mais diversos setores, quer no público, quer no privado. E são essas pessoas e são estes trabalhadores que merecem ter um salário que lhes permita ter uma vida digna."
Pelo seu lado, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, critica também o Orçamento do Estado: "O grosso lá está é 1600 mil milhões de euros em benefícios fiscais para os grupos económicos, os tais dos 25 milhões de euros de lucros por dia, mais descidas no IRC, mais dinheiro para as PPP e os tais oito mil milhões de euros, metade do orçamento da saúde, para entregar ao negócio da doença. Isto é que está em cima da mesa e é isto que o PSD, o Chega e a Iniciativa Liberal parece que estão dispostos a permitir até com alguma incoerência, porque neste bolo todo também está lá este injustificado a medida do IUC que, se não for alterado, se vai manter."