"Para serem adotadas medidas de emergência as leis do país terão de ser revistas"
Entrevistado pelo jornalista Manuel Acácio, Francisco George disse não ser "um grande adepto do estado de emergência", mas sim"um adepto de adotar medidas de emergência".
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O presidente da Cruz Vermelha Portuguesa e antigo diretor-geral da Saúde, Francisco George, defende que é preciso rever a Constituição para adotar medidas de emergência e, em declarações ao Fórum TSF, garante que os políticos tiveram tempo para o fazer.
Entrevistado pelo jornalista Manuel Acácio, George disse não ser "um grande adepto do estado de emergência", mas sim"um adepto de adotar medidas de emergência".
"Só que acontece que para serem adotadas medidas de emergência as leis do país, e em particular a constituição, terão de ser revistas", acrescentou.
Para Francisco George, "temos de reconhecer que teria havido tempo, sobretudo para rever a alínea H do artigo 27 da Constituição que é impeditiva de situações de obrigatoriedade, de limitação das liberdades individuais, mas, repito, teria havido tempo dos políticos. Isto é política e, portanto, os políticos deviam ter tomado essas medidas".
O antigo diretor-geral da Saúde acredita que as medidas adotadas pelos vários países devem ser uniformes, já que o vírus não conhece fronteiras.
"Como sabemos, foi acordado que todos os países membros da União Europeia iriam receber as vacinas simultaneamente, naturalmente em proporções comparáveis, e estas medidas devem ser tomadas, uma vez que a infeção em termos da circulação do vírus não respeita fronteiras e aquilo que é válido para Espanha, tem de ser para Portugal, para França e outros países que estão todos ligados", sustenta.
Também no Fórum TSF, o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia avisa que se o cenário se mantiver é preciso que o país volte a confinar como está acontecer noutros países europeus.
"Com este tipo de surtos, se nós esperamos, o vírus ganha. Portanto, mesmo que não estejamos na posse de todos os dados, é melhor intervir mais rapidamente e depois adaptar de forma dinâmica as medidas do que ficar à espera de ter mais dados. Nesse sentido, eu acho que não podemos adiar a intervenção sobre este problema", defende Ricardo Mexia.
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