Após um encontro com o Presidente da República, patrões a UGT frisaram que é impossível aceitar as alterações à TSU, mas sublinham que não há razões para criar uma crise política.
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Os patrões e a UGT consideram que as alterações à Taxa Social Única propostas pelo Governo não podem ir para a frente e esperam que o Executivo reconsidere a bem da estabilidade política e do acordo de concertação social.
Apesar disto, os parceiros sociais que assinaram o acordo de concertação social consideraram que não há razões para rasgar este documento e que não faz sentido criar uma crise política que leva a eleições.
Contudo, o presidente da CIP lembrou que o Governo «deve retirar ilações» da «comunicação e da forma errada» como foram anunciadas as alterações à TSU, bem como os efeitos sociais e políticos desta medida.
Após um encontro com o Presidente da República, António Saraiva chamou ainda à atenção para o facto de esta medida ter «provocado uma enorme manifestação de indignação a que assistimos no sábado por todo o país».
O "patrão dos patrões" recordou ainda que o Governo tem de atalhar pelo lado da despesa, sobretudo através das privatizações, e frisou que é necessário reduzir a TSU, mas de uma forma diferente.
«Há que revisitar eventualmente o IVA e não esgotar apenas no IVA as possibilidades de reformatar a descida da TSU, que reafirmo é desejável e possível com outro género de compensações», adiantou.
Por seu lado, o líder da UGT, João Proença, apelou ao Presidente da República para «tornar claro que as medidas tal como foram formuladas pelo Governo são claramente inconstitucionais».
Já o líder da CAP, João Machado, sublinhou que os agricultores temem que esta medida «provoque mais desemprego e mais fecho de empresas», daí ter sido pedido a Cavaco Silva que «tomasse em atenção esta matéria».
Os parceiros sociais, que em uníssono disseram a Cavaco que rejeitam esta medida, dizem estar disponíveis para discutir com o Governo alternativas e lembram que o primeiro-ministro deveria ter discutido esta medida com eles antes de a anunciar.