O tema do debate deste ano é o "impacto da desinformação na democracia".
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São 132 deputados, embora ainda sem idade para votar, que se sentam, esta terça-feira, nas cadeiras da Assembleia da República (AR). A edição deste ano do Parlamento dos Jovens, que esteve interrompido por causa da pandemia, prevê uma "estratégia para combater a desinformação".
Nas cadeiras do Governo, perante os jovens deputados, sentaram-se elementos que fazem da política o dia-a-dia, como o presidente da AR, Augusto Santos Silva, a ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes e o deputado socialista Alexandre Quintanilha.
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A ministra, que participou na sessão de abertura do último dia do Parlamento dos Jovens, vê na iniciativa "uma experiência de vida" e um sinal de esperança "de que os jovens se interessam pela participação e construção da sociedade portuguesa".
Sobre o tema que os jovens deputados vão discutir, com a aprovação de uma estratégia para combater a desinformação, Ana Catarina Mendes sublinha que "a realidade é muito maior do que as redes sociais".
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"Todos caímos no erro da simplificação. Mas muito poucas coisas da vida são preto ou branco, felizmente, têm muitas cores. O cinzento permite a dúvida de para onde queremos ir", acrescenta.
A mesma ideia do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que é professor universitário de profissão, e puxou pelo lado de docente, para apelar a que se "desconfie sempre de quem não procura a verdade, assim como dos que dizem que já chegaram à verdade".
"A busca da verdade é uma tarefa infinita", diz, acrescentando que os cidadãos "não são recetáculos passivos do que os outros nos querem impingir, mas sujeitos ativos", o que contempla a cidadania.
Aos jovens deputados falou também o presidente da comissão de Educação, Alexandre Quintanilha, e salientou que "a democracia que queremos construir está em perfeita mudança", citando um matemático-filósofo que "há 70 anos proferiu uma frase que continua atual".
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"O problema do mundo atual é que os tolos e os fanáticos estão cheios de certezas e os mais sábios estão cheios de dúvidas", atirou.
O deputado socialista lamenta que a desinformação "reforce os preconceitos", na grande maioria dos casos, o que acaba por "minar a confiança nas pessoas e nas instituições".
Este ano, participam 66 escolas na sessão final e, em debate, estão 22 projetos de recomendação aprovados em sessões distritais e regionais dos diferentes distritos.
No total, estiveram envolvidas 487 escolas do Ensino Secundário do continente, das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, e escolas portuguesas dos círculos da Europa e de Fora da Europa.