"Partilhar alegria, humor e afetos." Palhaços d’Opital estão a “Tocar Magia” nos hospitais
Neste Natal, a proposta da associação Palhaços d’Opital é simples: enviar um postal cantado a profissionais de saúde e a pessoas hospitalizadas. O objetivo desta iniciativa, que se estende ao Dia de Reis, é partilhar alegria e afetos
Corpo do artigo
É o nome de Ana Madeira que ecoa num dos corredores do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra. É a assistente social que é procurada pela Doutora Donizete Chiclete e pela Doutora Balelas, da Palhaços d’Opital. “Temos uma surpresa para si”, anunciam. E a surpresa é um postal cantado. E depois de lida a mensagem enviada à assistente social, segue-se o momento musical: a interpretação da música “Tocar Magia” que foi criada por Zé Rebola, dos Anaquim, para esta iniciativa.
Os postais cantados estão disponíveis na página. Basta depois escolher uma das versões da música “Tocar Magia” que é interpretada por artistas como Diogo Piçarra, Toy, Mafalda Umbelino Camilo e Zé Rebola, Coimbra Gospel Choir, Tuna Médica de Lisboa e os próprios Palhaços d’Opital.
“Convidamos todas as pessoas a acederem ao site e a enviarem um postal cantado seja para alguém que conheçam que esteja hospitalizado, seja para um profissional de saúde, ou seja para algum familiar ou amigo, mesmo através do WhatsApp, para aquecer um bocadinho os corações nesta época natalícia”, assinala Susana Gonçalves, que dá vida à Doutora Donizete Chiclete.
Os postais podem ser partilhados via WhatsApp ou entregues pessoalmente nos hospitais durante as visitas semanais da Palhaços d’Opital.
“O objetivo é partilhar alegria, humor e afetos. Trazermos os mais velhos para o centro do nosso Natal. Não nos esquecermos que uma das figuras principais do Natal é o pai Natal, portanto, um velhinho de barbas. Que saibamos nós também acolher os velhinhos da nossa vida, integrá-los à nossa mesa de Natal ou nas nossas festividades de Natal, nem que mais não seja com um envio de um postal”, sublinha Isabel Rosado, cofundadora e presidente da Palhaços d’Opital.
A campanha decorre desde inícios de dezembro. Margarida Quiaios, que dá vida à Doutora Balelas, diz que a receção tem sido “muito positiva”.
“As pessoas até cantam connosco, mesmo não conhecendo a música. Ficam muito emocionadas. Desejam-nos uma boa quadra, boas festas, um bom Natal. Parece que naquele momento não existe a doença. Existe os afetos, o amor, a alegria e é isso que nós pretendemos trazer um bocadinho a todos eles”, sustenta.
Nesta visita semanal, no IPO de Coimbra, a equipa de enfermagem de oncologia médica foi também surpreendida com um postal cantado. No final, diziam estar “muito gratas” e de “coração cheio” com este postal. “Sentimo-nos especiais”, acrescentava outro elemento da equipa.
Para Margarida Ornelas, presidente do Conselho de Administração do IPO de Coimbra, estas “iniciativas são muito importantes porque se inserem num princípio basilar do IPO que tem a ver com a humanização”.
“Para nós a humanização é uma pedra angular do instituto e importa nós humanizarmos os cuidados, não só pensando nos doentes, mas também precisamos de cuidar de quem cuida, dos nossos profissionais”, afirma.
A iniciativa "Tocar Magia" decorre até ao Dia de Reis, em janeiro.
