Páscoa: agências de viagens com mais ofertas e vendas, restaurantes registam menos consumo devido a aumento dos preços
Em declarações à TSF, o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo fala num "mercado em crescimento". Já o presidente da Associação Nacional de Restaurantes PRO.VAR destaca o aumento do preço da carne
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A época da Páscoa é sinónimo de lazer. Por um lado, as agências de viagens estão satisfeitas, com mais ofertas e vendas mais relativamente ao ano passado. Já os restaurantes, por outro lado, registam uma diminuição do consumo devido, principalmente, ao aumento dos preços na alimentação.
Em declarações à TSF, o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, Pedro Costa Ferreira, afirma que este é o cenário de um "mercado em crescimento" com destinos de eleição. "O quadro geral é de um mercado em crescimento, mais oferta e mais vendas, sendo certo que a resposta do mercado é sempre assimétrica, ou seja, encontramos alguns operadores a crescer mais, outros a crescer menos, mas a principal imagem é a generalidade dos operadores turísticos a crescer nesta altura da Páscoa", explica à TSF Pedro Costa Ferreira, sublinhando que há "operadores turísticos a crescer apenas ligeiramente e outros a crescer cerca de 20% face aos números do ano passado, o que são cifras naturalmente muito significativas".
Em termos de destinos mais procurados, o responsável aponta Portugal "como um destino muito importante", assim como Cabo Verde, Tunísia e Caraíbas. Pedro Costa Ferreira revela ainda que, face ao período de incerteza provocado pela instabilidade mundial, há mais pessoas a recorrerem às agências de viagens para garantir viagens com maior segurança.
"Há uma tendência e aí já não estamos a falar da Páscoa, mas sim do ano inteiro. Há uma tendência muito grande para a antecipação das reservas. Esta é também uma característica de um mercado em crescimento, porque é o resultado de uma procura que sente que tem de marcar os lugares rapidamente porque eles podem esgotar-se, sentimos que há proximidade dos nossos clientes e dos consumidores em geral. Sentimos isso sempre que a incerteza aumenta: no período da pandemia, para dar um exemplo, ninguém viajou sem ser com agência de viagens, era muito difícil perceber as condições de viagem para determinado local", sublinha.
Noutro plano, a restauração parece estar em retração. Também ouvido pela TSF, o presidente da Associação Nacional de Restaurantes PRO.VAR, Daniel Serra, refere que há uma diminuição do consumo em restaurantes em comparação ao ano passado.
"Aquilo que os empresários nos dizem é que há uma taxa de ocupação ligeiramente menor e, em termos de consumo por pessoa, o ticket médio está a baixar. Tem a ver com este clima de incerteza em que as pessoas acabam por sair só quando podem, o clima não tem ajudado muito, a questão das taxas que os Estados Unidos têm aplicado ao mundo inteiro... Nós estamos, de certa forma, a ser afetados por esta decisão. Muitos turistas visitavam-nos de forma direta dos Estados Unidos e agora estão a fazê-lo em menor número, assim como os europeus", explica à TSF Daniel Serra.
Além disso, o preço da carne está a aumentar, nomeadamente, do cabrito, um dos pratos tradicionais desta quadra. "Estamos a falar aqui de subidas de 30 a 40% este ano. O preço do cabrito tem aumentado. Tem a ver com a procura e não só o mercado nacional, mas há outros mercados que têm feito encomendas, o que não era muito normal. Isso tem a ver com esta questão das taxas e a deslocalização de alguns mercados. O setor da restauração ainda está a tentar perceber o que está a acontecer, porque os produtos estão a subir de forma irracional", acrescenta, afirmando ainda que o Algarve e o Norte do país são as zonas onde os restaurantes estão a registar uma menor afluência.
