O preço do chocolate disparou, mas não está a impedir os portugueses de comprarem os doces típicos da época
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A procura pelo cobiçado chocolate do Dubai continua a esvaziar as prateleiras dos supermercados e a inflacionar o preço do chocolate, mas esta não é a única explicação para o aumento generalizado do preço deste doce. A subida dos preços dos ovos e das amêndoas da Páscoa tem origem na fraca época de colheitas, algo que preocupa os produtores de cacau de todo o mundo. No entanto, a procura dos portugueses por estes doces não diminuiu.
Em declarações à TSF, o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier, adianta que os principais produtores de cacau "têm tido dificuldades nas suas colheitas" devido, principalmente, às "intempéries e aos problemas decorrentes das próprias culturas", o que fez diminuir a oferta daquele produto. Consequentemente, a matéria-prima ficou mais cara. Por isso, o "mercado reage" e o preço aos consumidores aumenta.
O diretor-geral da APED adianta, ainda assim, que ainda não houve, até agora, alterações no comportamento dos consumidores e, por isso, os retalhistas não diminuíram as encomendas. "Não há perspetivas de haver uma retração acentuada" na procura pelos doces da Páscoa, garante o diretor-geral da APED.
O chocolate do Dubai, uma das mais recentes tendências nas redes sociais, não é uma preocupação para esta associação. Gonçalo Lobo Xavier fala numa "capacidade de adaptação das empresas a estas tendências" e sublinha a importância destas dinâmicas para a "diversidade de oferta" aos clientes.
A principal preocupação das empresas passa por "acomodar todas as necessidades dos consumidores" e, por isso, garantir prateleiras cheias, mas com um preço mais competitivo relativamente aos anos anteriores.
A APED aponta melhorias para as próximas colheitas de cacau e estima que os consumidores sintam cada vez menos esta crise no preço final do chocolate.
