Passageiros de cruzeiros começam a pagar taxa de dois euros em Lisboa, mas valor pode subir em breve
O autarca da capital, Carlos Moedas, garante que o processo para aumentar o preço da taxa turística "já está em curso, mas vai demorar pelo menos seis meses".
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Os passageiros de cruzeiros passam, a partir desta segunda-feira, a pagar taxa turística em Lisboa. Além dos turistas alojados na capital, os passageiros destes navios que saiam em Lisboa também passam a pagar dois euros por pessoa, desde que tenham mais de 13 anos.
Ouvido pela TSF, o presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas, fala numa questão de justiça e de igualdade entre todos os turistas, quer cheguem por terra, ar ou mar. O autarca planeia já o aumento da taxa e espera que, em breve, haja acordo sobre quanto deve subir o valor e a partir de quando.
"É um processo que durará seis meses, porque temos que falar com toda a gente. É nessas conversas que vamos ter com todos os operadores, com associações e com as confederações que vamos chegar a esse valor, mas é um processo de consulta pública e, portanto, vai demorar pelo menos seis meses, mas já está em curso", explica à TSF Carlos Moedas.
As consultas já começaram. Para já, alarga-se a taxa turística de dois euros aos turistas que chegam nos navios de cruzeiro, mas o presidente da autarquia acredita que é ainda muito cedo para pensar numa taxa para entrar na cidade, como acontece em Veneza.
"Nós estamos muito longe de um caso como Veneza. Em Lisboa, entram mais ou menos 30 a 35 mil pessoas por dia. São turistas, ou seja, se olharmos para a nossa população, que são 546.000 pessoas, nós estamos a falar menos de 10% da população de Lisboa que entra todos os dias. Quando em Lisboa, que tem 546.000 habitantes, há quase um milhão de pessoas todos os dias que entram e saem na cidade mais os seus habitantes. Portanto, ainda não se pode comparar com o caso de Veneza, com Paris ou Londres. Estamos muito longe disso e, portanto, para evitar isso, acho que temos que fazer com que o turismo contribua mais", considera.
A taxa turística na cidade de Lisboa começou a ser aplicada em janeiro de 2016 sobre as dormidas de turistas nacionais (incluindo lisboetas) e estrangeiros nas unidades hoteleiras ou de alojamento local. Inicialmente era de um euro por noite, mas em janeiro de 2019 aumentou para dois euros.
Os passageiros dos navios de cruzeiros que desembarcam na capital nunca pagaram a taxa. A autarquia prevê uma receita anual de 1,2 milhões de euros com o seu pagamento.
Os turistas serão dos menos afetados pelas cheias, como as que aconteceram na semana passada, por exemplo, na zona de Alcântara, em Lisboa. Carlos Moedas garante que as obras de drenagem em curso vão acabar com o problema.
"Para além dos túneis, estamos a fazer obras em Sete Rios. Temos reservatórios que vão drenar água, sobretudo em Alcântara, porque o caneiro de Alcântara vai deixar de ter água. Essa água vai passar para o túnel quando for em demasia. Ao lado do caneiro de Alcântara é que começa esta obra que vai buscar água e que vai também ter um reservatório. Vamos encher um reservatório de 17.000 m³ para não desperdiçar esta água que vem da chuva, tratá-la para ela para poder ser aproveitada na cidade, para regar e lavar as ruas", acrescenta.
As obras do plano de drenagem de Lisboa deveriam estar concluídas no próximo ano. No entanto, há atrasos por terem sido encontrados vestígios arqueológicos no solo, mas o autarca espera que no fim de 2025 ou início de 2026 possa cortar a fita da inauguração.