"Passaram 11 anos e continuamos à espera." EN106 registou 700 acidentes em 12 anos
O número de acidentes na Estrada Nacional 106 (EN106) levou a população, que está à espera de obras há vários anos, a protestar por uma nova via rodoviária.
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A população servida pela EN106, que liga Penafiel a Entre-os-Rios, colocou centenas de velas ao longo do traçado para contestar o atraso na construção do IC35. Nos últimos 12 anos registaram-se perto de 700 acidentes.
A gota de água foi a inclusão do IC35 no Plano Nacional de Investimentos 2030 proposto pelo Governo. Vera Silva, uma das pessoas que ajudou à organização do protesto, explica que o anúncio representa mais um adiamento de uma obra há muito prometida. "É uma obra que estamos à espera há muitos anos. Em 2001, [a Assembleia da República] decidiu que era uma obra fundamental, deveria estar concluída em 2008, passaram 11 anos e continuamos à espera".
A nova via rodoviária servirá de alternativa à atual EN106. Segundo os promotores do protesto "nos últimos 12 anos registaram-se 500 acidentes de que resultaram 700 vítimas, entre feridos e mortos". Mais do que o traçado ou a qualidade do piso, Vera Silva sublinha que esta "é uma estrada com muita procura. Serve para passeios ao domingo, serve para o transporte de mercadorias, serve para o transporte das pedreiras aqui do Marco de Canaveses. Resumindo, é a estrada que serve toda a gente".
Esta é uma realidade conhecida pelo Governo. O presidente da Câmara de Penafiel conta que, recentemente, "um membro do Governo que esteve aqui numa cerimónia e que, por que veio por Entre-os-rios, chegou à cerimónia três quartos de hora atrasado. Não tinha noção de que para fazer 12 quilómetros iria demorar 45 minutos e iria ter tanto trânsito".
António de Sousa lembra que há consenso político em torno da necessidade da construção do IC35, no entanto, "tem havido promessas de concretizar [a obra] em alturas de campanha e depois, durante os governos repectivos, ela é suspensa e adiada". Ainda agora, no último governo foi lançado o concurso para a empreitada da primeira fase. Depois, mudou o governo, o actual governo suspendeu e parou tudo até ao momento".
A TSF procurou esclarecimentos junto do Ministério do Planeamento e Infraestruturas, até agora sem resposta.