
Pedro Passos Coelho
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Para Passos Coelho, não é possível obrigar quem não quer a ajudar o país a ultrapassar as dificuldades, sendo, contudo, possível «mostrar abertura para conversar com eles».
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O primeiro-ministro sublinhou a importância de se respeitar o acordo assinado em concertação social num momento que deve ser de unidade e não de guerra.
No discurso que fez perante os Trabalhadores Sociais-democratas relativo às comemorações do 1º de maio, Pedro Passos Coelho disse, no entanto, que não é possível obrigar quem não quer a ajudar o país a ultrapassar as dificuldades.
«Fomos capazes com os parceiros sociais de traçar uma espécie de roteiro, caminho que devíamos percorrer em conjunto para sair desta situação sendo que não vale a pena estarmos a guerrear na altura em que nos precisamos de unir para vencer as dificuldades», explicou.
Para Passos Coelho, é impossível «obrigar as pessoas a convergirem connosco e a ajudarem o país», muito embora seja possível «persuadi-los e mostrar abertura para conversar com eles».
«Com os que aceitaram criar este clima de discussão aberta, discutimos abertamente e chegámos a um compromisso que temos de respeitar», acrescentou.
O chefe do Governo sublinhou ainda que «é tão importante respeitar o compromisso externo que contraímos com a UE e com o FMI como respeitar o compromisso interno».
Depois da ameaça da UGT de rasgar o acordo de concertação social, Passos Coelho reiterou que o Governo «não deixará de se esforçar para cumprir o acordo que estabelecemos com os nossos parceiros».
O primeiro-ministro assegurou ainda que o Executivo vai cumprir a «metodologia para que gente de boa fé se possa consultar e ouvir». «Não haverá uma segunda oportunidade para ouvir dizer que não estamos a cumprir o que acertámos», frisou.
Neste discurso, Passos Coelho disse ainda que o país tem de estar preparado para viver «durante pelo menos dois ou três anos» com «níveis de desemprego» a que não estava habituado.
A propósito dos feriados, Passos Coelho disse ter esclarecido a UGT «que não é preciso uma prova de confiança» porque «o Governo já disse que há simetria».
«Temos estado a discutir isso com o Estado do Vaticano e com a Igreja portuguesa, evidentemente», afirmou, sublinhando que Portugal não pode «deitar para o lixo» um tratado com outro Estado, como é a Concordata.
«Houve uma proposta que foi feita da parte da Igreja, que nos pareceu adequada, e o Vaticano, que é quem decide sobre esta proposta, está a ponderar sobre essa matéria. Estamos em diálogo, de modo a ver se conseguimos chegar a um acordo a tempo de a lei no Parlamento dizer muito rigorosamente o que vai acontecer não apenas a partir de 2013, mas ainda em 2012», afirmou.
«Se porventura, esse dossiê não ficar fechado a tempo, nós não deixaremos de colocar o dispositivo na lei que permitirá que o Governo, quando tiver fechado esse acordo, fará, com a devida simetria, o que acordou com os parceiros sociais», acrescentou.