O primeiro-ministro assume que défice de 2012 vai ser de 6 por cento. A meta de 5% só será alcançada «com medidas extraordinárias».
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«Nós falamos esta linguagem transparente. (...) Não é possível reduzir um défice de 7,7 para 6 por cento com despesa social a aumentar e com receita fiscal a cair cortando despesa. Não é possível de outra maneira, seria uma impossibilidade matemática e aritmética», afirmou o primeiro-ministro no Parlamento.
Passos Coelho sublinhou ainda várias vezes que foi ele quem anunciou as novas medidas de austeridade e negou ter escondido do país novas negociações com a troika, destacando que conseguiu antes evitar uma avaliação extraordinária dos credores.
Acusado pelos partidos da esquerda de se esconder atrás do ministro das Finanças e não ter dado a cara pelo aumento de impostos para 2013, como tinha prometido, contestou a acusação por diversas vezes.
«Fui eu que disse. (...) Fui eu que disse senhor deputado António José Seguro, Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã. Fui eu que disse, não mandei ninguém dizer aos parceiros sociais e que comuniquei no final dessa reunião [da concertação social] ao país», afirmou o primeiro-ministro, acrescentando: «E disse que essa correção seria feita em conjunto com a que estava preparada inicialmente no âmbito da revisão dos escalões do IRS».
«O senhor ministro das Finanças ontem comunicou o que tinha de comunicar tinha de comunicar ao país como sempre faz após a interação com troika», sublinhou, numa referência ao último exame da aplicação do programa de ajustamento financeiro, que decorreu no final de agosto.