O também primeiro-ministro comentou desta forma a notícia divulgada pelo jornal Expresso que dá conta de que Pedro Passos Coelho terá dado indicações sobre esta matéria.
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O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou este sábado em Bragança que não influenciou a proposta de realização do referendo à coadoção por casais homossexuais, embora veja vantagens no alargamento do debate à sociedade.
«De facto não, mas respeito muito a decisão que os deputados tomaram nessa matéria», declarou aos jornalistas, em Bragança, à margem de sessão de esclarecimento sobre a sua recandidatura a presidente da comissão política nacional do PSD.
O líder do PSD explicou que «essa questão foi discutida na Comissão Política Nacional, que entendeu que não devia olhar essa iniciativa com hostilidade».
Passos Coelho lembrou que o partido «não tem uma posição definida, nem sobre a coadoção, nem sobre a adoção de crianças por parte de casais homossexuais», nem o assunto consta do programa eleitoral por o PSD entender que é uma matéria de «consciência».
O presidente do PSD disse esperar que as vozes discordantes do referendo «respeitem» a decisão do Parlamento, e que «não confundam a convicção que cada um tem sobre a matéria com um princípio também muito respeitável que é o de num quadro de democracia participativa fazer um debate alargado na sociedade portuguesa e possibilitar que as pessoas livremente exponham o seu pensamento e indiquem a sua decisão».
Passos Coelho não vê «nenhum inconveniente» na realização do referendo, nem mesmo o dos custos da consulta popular no momento atual de dificuldades financeiras no país, e que o parceiro de coligação, o CDS-PP, já criticou.
«Da mesma maneira que durante estes três anos a Constituição não ficou suspensa porque vivemos numa situação de emergência, assim a democracia não pode ficar suspensa porque as pessoas entendem que há outras matérias para discutir», defendeu.
«O que é importante é saber que se o Parlamento considera ou não considera essa uma questão importante para ouvir a sociedade portuguesa e o Parlamento considerou que era importante ouvir a sociedade portuguesa, devemos respeitar isso», concluiu.
O Parlamento aprovou sexta-feira o projeto de resolução do PSD que propõe um referendo sobre coadoção e adoção de crianças por casais do mesmo sexo, com 103 votos a favor, 92 votos contra e 26 abstenções.