No debate quinzenal, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho diz que o Governo não é «cego» nem «surdo» perante as dificuldades do país.
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O primeiro-ministro afirmou esta sexta-feira, relativamente às manifestações de sábado, que o Governo não foi «cego» nem «surdo», nem ficará mudo «perante as dificuldades do país». Pedro Passos Coelho reconheceu que o esforço exigido aos portugueses tem sido «colossal» e disse também que não confunde «determinação com intransigência».
«Nós não podemos e não somos surdos nem cegos relativamente ao país e seguramente não ficaremos mudos perante as dificuldades do país», afirmou.
Passos Coelho respondia no debate quinzenal no Parlamento ao líder da bancada do CDS-PP, Nuno Magalhães, que o questionou sobre as manifestações de sábado.
Em resposta a Nuno Magalhães, o primeiro-ministro sublinhou também que Portugal foi o único país sob assistência financeira a ver revistas as metas para atingir o défice inferior a 3 por cento.
«Não podemos apenas ficar satisfeitos porque apresentámos resultados, porque estamos a cumprir a nossa missão. Nós temos, dado que nos cabe a liderança política e do Governo, nós temos de saber, de encontrar forças, para mobilizar os portugueses. E nós reconhecemos que os portugueses têm hoje relativamente ao futuro uma expetativa diferente da que gostariam de ter», afirmou o primeiro-ministro.
Sem nunca se referir diretamente aos protestos, Passos Coelho disse que o Executivo deve «afastar qualquer visão arrogante ou paternalista», porque, apesar de saber que está «a resolver os problemas», tem «sentido de humildade para reconhecer que as dificuldades pelas quais as pessoas passam são muitíssimo grandes».
«Nós sabemos que o ajustamento português não acabou ao fim de um ano e que as dificuldades não acabaram ao fim de um ano e o esforço que temos que fazer não acabou ao fim de um ano», afirmou.