Passos Coelho: Governo não está a impor mais sacrifícios do que os necessários
O primeiro-ministro defendeu hoje que o Governo não está «a impor aos portugueses mais sacrifícios do que os necessários», afirmando que «o princípio que rege» o executivo é garantir o cumprimento dos objetivos do memorando.
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«A austeridade não é nem mais nem menos do que a necessária para que esse objetivo seja alcançado, não estamos a impor aos portugueses mais sacrifícios do que seria necessário, não estamos a dizer aos portugueses 'eu quero atingir um défice de três por cento este ano e para o ano atingir um excedente orçamental, eu gostaria, mas não é praticável, nem sequer razoável», afirmou Pedro Passos Coelho.
O chefe do Governo falava durante o debate quinzenal, numa resposta ao líder do BE, Francisco Louçã, que acusou o executivo PSD/CDS de aumentar os sacrifícios «todos os dias».
«O princípio que rege este Governo em matéria de austeridade é este: Garantir que os objetivos que foram traçados na assistência internacional serão alcançados para permitir que o prestígio do país seja recuperado e que para esse efeito a consequência natural seja que os portugueses possam mais livremente decidir sobre o seu futuro, esta é para mim uma questão de princípio e de honra», frisou.
Durante o debate, o líder bloquista ironizou sobre «as zangas» entre o PS e o Governo.
«Nas questões essenciais o senhor primeiro-ministro zanga-se com o PS e o PS zanga-se com o Governo porque estão de acordo com o cumprimento integral do memorando da 'troika'», criticou Louçã.
O coordenador do BE acusou ainda Passos de «diminuir o papel de Portugal» com a «esperteza saloia» de aprovar o tratado orçamental.
«Votar um tratado orçamental para favorecer em última análise a campanha presidencial de Sarkozy, quando nenhum outro país da Europa o fez», disse.