O líder social-democrata reiterou, esta manhã, no Fórum TSF, que não formará Governo com o PS, sublinhando que a pior coisa seria Sócrates ganhar mas PSD e CDS terem maioria no Parlamento.
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Na semana em que o Fórum TSF convida os líderes dos partidos com assento parlamentar a responderem às perguntas dos ouvintes, o convidado desta quarta-feira foi Pedro Passos Coelho.
O líder do PSD declarou que «a pior coisa que poderia acontecer« seria o PS ganhar as eleições por um «bocadinho de nada», mas PSD e CDS terem maioria, insistindo que não formará um executivo com os socialistas.
Questionado sobre o cenário do PS ganhar as eleições mas PSD e CDS-PP formarem uma maioria, Passos Coelho disse que a probabilidade de tal acontecer é «muito escassa», mas se se colocar «algum Governo vai ter que se formar».
«Algum Governo vai ter que se formar, eu não formarei seguramente um Governo com o PS, isso está fora de questão e não gostaria de formar um Governo sem que os portugueses dissessem claramente que me preferem para primeiro-ministro», sublinhou.
Passos Coelho sublinhou que não defende a reestruturação da dívida portuguesa porque no dia que Portugal tivesse que ir por esse caminho estaria a confessar «total incompetência» para lidar com os problemas do país.
«Não defende a reestruturação da dívida. Quando se chega a esse ponto é o descrédito total, quer dizer que fomos totalmente incompetentes para resolver os nossos problemas e temos de dizer aos nossos credores que não temos o chegue para pagar aquilo que devemos porque fomos totalmente irresponsavéis», defendeu.
«Espero que esse dia não chegue e para que não chegue temos que aproveitar bem os próximos três ou quatro anos para tirar o país dessa situação», acrescentou Pedro Passos Coelho.
O líder "laranja" reafirmou o empenho do PSD em cumprir os objectivos do acordo com os negociadores internacionais, mas considerou que é preciso aliviar o spread do empréstimo a Portugal.
«Há um spread que visa castigar o facto do país ter sido indisciplinado e ter gasto mais do que devia. E é relativamente a esta parcela que nós temos de a aliviar mostrando a todos os países, que agora nos estão a ajudar, que aprendemos a lição, vamos por as nossas finanças em ordem e cumprir os objectivos a que nos propusemos», referiu.
No Fórum TSF, Pedro Passos Coelho explicou também porque fala em «embuste» para qualificar o programa Novas Oportunidades. O líder "laranja"quer que uma auditoria externa responda a duas perguntas essenciais.
«Quanto custa este tipo de programa? E o que vale o certificado que as pessoas levam, ou seja, qual é o nível de empregabilidade que ao longo de todos estes anos ele [o programa Novas Oportunidades] gerou?», justificou.
Sobre a intenção da chanceler Merkl de uniformizar a idade da reforma e o número de dias de férias nos vários países da Europa, o líder do PSD defendeu que as muitas diferenças que ainda existem entre os estados tornam impossível qualquer uniformização.