O presidente do PSD garantiu esta terça-feira que, no encontro que teve com o primeiro-ministro, na véspera de apresentação do PEC4, não houve de José Sócrates «nenhuma proposta de negociação».
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O líder social-democrata reafirmou que se reuniu pessoalmente com o primeiro-ministro depois de este lhe ter telefonado a pedir o encontro.
«Fui ter com ele [primeiro-ministro] a S. Bento para que ele me pudesse dizer de viva voz as medidas que iria apresentar. Não houve nenhuma negociação. Que isto fique bem claro», afirmou.
Passos Coelho explicou que José Sócrates lhe apresentou, «como um facto consumado, as medidas que iriam ser apresentadas pelo Governo em Bruxelas na cimeira do Eurogrupo».
«Não é na noite de véspera de apresentar o programa, que o Governo já tinha fechado com a Comissão Europeia e com o BCE, que ia começar uma negociação», insistiu.
Questionado sobre o facto de só agora ter dito que se reuniu pessoalmente com José Sócrates antes da apresentação do PEC 4, explicou que «há muitos encontros entre figuras importantes, ao nível das instituições portuguesas, seja com o primeiro-ministro, seja com o Presidente da República, que muitas vezes não são divulgados».
Para o presidente do PSD, o Governo «quis dar a entender que tudo era negociável», quando viu que o principal partido da oposição não estava na disponibilidade de viabilizar esse PEC.
Sobre a margem que o futuro Governo poderá ter face às medidas impostos pelo FMI, Pedro Passos Coelho defendeu que o novo executivo deve ter «alguma flexibilidade para poder ajustar um programa de médio e longo prazo».
Criticando o atual Governo por ter «falhado todos os compromissos que assumiu até aqui», reafirmou que só um novo executivo «será capaz de cumprir e fazer reformas estruturais em Portugal, que permitam pôr a economia a crescer e a criar emprego».
«Eu quero acreditar que o FMI tem uma visão do que é preciso fazer em Portugal muito diferente daquela que o Governo tem defendido», defendeu Passos Coelho, reafirmando que o executivo atual olhou para o problema do défice, aumentando impostos e cortando salários.