O primeiro-ministro, Passos Coelho, afirmou que o Governo respeita o «direito inalienável à greve», referindo no entanto que o país precisa menos de greves e mais de trabalho e rigor.
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«Politicamente, o que posso dizer como primeiro-ministro, é que o país precisa menos de greves e mais de trabalho e de rigor, mas o direito à greve è inalienável e quem o fizer não faz mais que exercer esse direito inalienável», declarou.
No debate quinzenal na Assembleia da República, que ocorre na véspera da realização de uma greve geral, o primeiro-ministro acrescentou ainda que o Governo «nunca deixará de respeitar» o direito à greve e sublinhou que a regulamentação da lei da greve «tem sobrevivido no essencial» a vários governos.
Pedro Passos Coelho disse responder desta forma ao secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que, no início do debate, tinha feito uma referência aos «tempos sombrios» em que se «proibiu a greve por decreto».
O primeiro-ministro defendeu ainda que o Governo «tem obrigação também de oferecer aos portugueses um horizonte de esperança que lhes permita pensar que os sacrifícios que estão a fazer têm significado», defendeu.
Neste debate, o secretário-geral do PS disse não perceber como o «primeiro-ministro e a sua maioria se louvam a si próprios», quando o país «vive uma tragédia social».
«Porque todos os portugueses estão errados e só o senhor está certo?», perguntou António José Seguro, que viu depois Passos Coelho advertir-lhe sobre a sua «soberba».
O primeiro-ministro recordou que «dificilmente» o líder do PS «pode falar em nome de todos os portugueses». «Não fui eu que pedi um resgate externo, mas vou ser eu que vou fechar o período de resgate externo que o senhor pediu», explicou.