Comentando as palavras de Passos Coelho de que não haverá qualquer milagre económico no final do programa de ajustamento, Jerónimo de Sousa diz que isto confirma que a «prometida recuperação é para as calendas gregas».
Corpo do artigo
O secretário-geral do PCP entende que o primeiro-ministro confirmou que o «empobrecimento» do país «é para ficar» ao dizer que Portugal não terá qualquer milagre económico quando sair do programa de ajustamento financeiro.
«Não há volta atrás com este Governo. A prometida recuperação é para as calendas gregas. Foi sempre esse o grande objetivo do Governo», acrescentou Jerónimo de Sousa.
Em Faro, o líder comunista disse ainda não perceber porque agora o Governo se quer livrar da troika quando no passado fez elogios ao FMI, BCE e União Europeia há dois anos e meio.
«Diziam: 'A troika. São amigos e vêm dar uma ajuda. Vêm fazer um empréstimo para ajudar Portugal'. Eram tão bons amigos e agora querem ver-se livres deles», ironizou.
Jerónimo de Sousa defendeu ainda que o Governo, em vez de fazer alarde com os números da consolidação orçamental, devia pedir «desculpa» aos portugueses, «se houvesse o mínimo de decoro».
«Evitavam tanto espalhafato e pediam desculpa pelo colossal aumento da carga fiscal sobre trabalhadores e reformados. Mais 35,5 por cento de aumento de IRS relativamente a 2012 foi quanto custou este êxito que o Governo diz que é seu», lembrou.