O primeiro-ministro, o ministro Nuno Crato, sucessor de Mariano Gago na pasta da Ciência e Ensino Superior, e o líder do PS, António Costa, elogiam o papel do ministro dos governos de Guterres e de Sócrates no desenvolvimento da ciência.
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O primeiro-ministro diz que recebeu com profundo pesar a notícia do falecimento de Mariano Gago, que considerou um "académico ilustre" e um "homem que serviu o seu país" em altos cargos de governação.
Numa mensagem enviada às redações, Pedro Passos Coelho refere que, "enquanto ministro da Ciência, e mais tarde ministro da Ciência e do Ensino Superior, desempenhou essas funções em quatro governos constitucionais, o que lhe permitiu deixar uma marca significativa na organização do Sistema Científico e Tecnológico Nacional".
Para o primeiro-ministro, que dirige as suas condolências à família enlutada e aos seus colegas e amigos, Mariano Gago "teve indubitavelmente um papel pioneiro no desenvolvimento da política de ciência em Portugal e na internacionalização da investigação científica, projetos em que investiu toda a sua experiência e conhecimento".
Já o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, destacou Mariano Gago como "uma personalidade brilhante, esfuziante", que "representa muito para a ciência em Portugal".
Uma pessoa, sublinhou, "cuja atividade fica associada a um grande crescimento que a ciência teve" no país.
A morte de Mariano Gago levou também o secretário-geral do PS a afirmar que se trata da perda de um resistente contra a ditadura, de "grande cientista" e de um governante "exemplar" que mudou o paradigma da ciência em Portugal.
O PS a colocou a sua bandeira a meia haste em sinal de luto.
"Quero prestar homenagem ao grande cientista, ao visionário que em 1990 publicou uma obra fundamental -- 'O manifesto para a ciência em Portugal' - e ao governante exemplar que, em três ocasiões, nos últimos 20 anos, assumiu a pasta da Ciência e do Ensino Superior. Mariano Gago mudou o paradigma da ciência em Portugal", frisou o líder dos socialistas, numa declaração na sede nacional do PS.
José Mariano Gago, sublinha, "colocou no centro da ambição política a sociedade do conhecimento e teve uma preocupação incansável com a democratização da cultura científica, designadamente através do lançamento do programa Ciência Viva. Portugal perdeu hoje um grande servidor, a ciência perdeu hoje um grande cientista, o PS e eu próprio perdemos hoje um grande amigo. Quero prestar à sua mulher e filha as nossas sentidas condolências", afirmou o secretário-geral do PS.
O antigo primeiro-ministro António Guterres manifestou-se hoje "profundamente chocado" com a morte de Mariano Gago, destacando a sua "coragem" na luta contra a ditadura, o cientista "internacionalmente reconhecido" e o seu "contributo excecional" para o desenvolvimento científico.
"Acabado de chegar a Washington, fiquei profundamente chocado com a notícia da morte de José Mariano Gago", começou por referir o ex-primeiro-ministro e ex-secretário-geral do PS e alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, numa nota enviada à agência Lusa.
"Portugal perdeu um grande homem, a Europa perdeu um grande cientista", reage por sua vez o comissário europeu português, Carlos Moedas, caracterizando Gago como "um homem de grande coração". "Nestes seis meses ajudou-me muito, tivemos muitas conversas, foi um homem sempre extraordinário".