Esta manhã, no Fórum TSF, o líder do PSD afirmou que o pedido de ajuda já devia ter sido feito. E, para uma maior justiça social, Passos Coelho defendeu um limite para as reformas do Estado.
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O líder social-democrata, Pedro Passos Coelho foi, esta terça-feira, convidado no Fórum TSF, onde explicou aos ouvintes porque o pedido de ajuda externa devia ter sido feito no final de 2010.
«Quando um ministro das Finanças, que fez um PEC 4, vem dizer que Portugal não tem dinheiro a partir de Maio, só pode estar a querer dizer que o que devíamos ter feito não era um PEC mas ter pedido ajuda externa em Dezembro, Novembro ou Outubro do ano passado», declarou.
Nessa altura, recorde-se, o PSD deu a mão ao Governo, negociando o Orçamento de Estado, gesto que não repetiu em relação ao PEC 4. Em resposta a um ouvinte da TSF, Passos Coelho justificou a sua decisão.
«Imagine o que teria sido se o PSD tinha aceite depois disso sentar-se à mesa com o Governo para alterar alguma coisa do PEC 4. Com a informação que lá estava, todos nós teríamos caído num embuste monumental», afirmou.
Agora, a ajuda externa é um facto consumado, o que não impede o líder "laranja" de insistir no programa intercalar como o cenário ideal.
«Faria algum sentido que para 2011 pudessemos ter um quadro de medidas perfeitamente definido, mas depois em 2012 e 2013 tivessemos a possibilidade, depois de ouvir o povo português, de encontrar uma forma mais adequada do futuro Governo cumprir os objectivos», defendeu Passos Coelho, reconhecendo porém que isso não é possível.
Confrontado com uma pergunta sobre reformas milionárias, o líder do PSD admitiu que há no país uma sensação de injustiça. Por isso, defende uma «reforma nas reformas».
«No sentido em que o Estado não pudesse assegurar a ninguém uma reforma superior a um determinado valor. Em Espanha, por exemplo, esse valor é de 2500 euros. Agora, isso também significa que as pessoas não fazem descontos para ter reformas superiores a esse valor. Julgo que nós (Portugal) vamos ter de encontrar uma solução parecida», explicou.
Também nos salários dos gestores das empresas públicas deve haver ajustes, considerou Passos Coelho, sublinhando que neste sector é outra a grande preocupação do PSD.
«O Estado tem que perguntar a si próprio se precisa de tantas empresas. Eu acho que não. Há muitos empresas de que o Estado se devia livrar. Em segundo lugar, o Estado, naquelas que tem, devia dizer qual o serviço público que elas desenvolvem e em função disso fixar a remuneração dos seus gestores», defendeu.
No Fórum TSF, o líder "laranja" antecipou também planos para outras áreas, como a consolidação do Ensino Superior e a rapidez na Justiça.
«Se nós não conseguirmos ter uma forma mais rápida de resolvermos os nossos conflitos, todos os que vêm de fora para investir em Portugal ou mesmo os investidores portugueses retraem-se muito mais porque sabem que têm de andar anos nos tribunais com a incerteza quanto ao resultado das acções da sua litigância», contestou.
Ideias com as quais começa a desenhar-se o programa do PSD para as próximas eleições legislativas que se diz preparado para ganhar com maioria absoluta.
«Se não sentisse quer a motivação, quer a preparação para poder ser primeiro-ministro de Portugal lhe garanto que não era pelo 'penacho' que me candidatava à liderança do PSD, de onde de resto já me tinha afastado da militância mais activa», assegurou Pedro Passos Coelho.