Durante a intervenção inicial do debate quinzenal na Assembleia da República, o primeiro-ministro adiantou que o Governo «está disponível para resolver um problema de 600 milhões de euros, com ou sem PS». Noutro palco, António Costa disse que os socialistas «não tem a menor disponibilidade» para esse debate.
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O tema da convergência de pensões esteve, esta manhã, no centro da intervenção inicial do primeiro-ministro no debate quinzenal, com Passos Coelho a desafiar o PS para debater o tema com vista a um acordo para a reforma das pensões.
«Estamos disponíveis para resolver um problema que vale 600 milhões. (...) Estamos no termo do nosso mandato e faz sentido reforçar o apelo para ouvir a oposição sobre esta matéria», disse o primeiro-ministro.
Passos Coelho adiantou que a reforma das pensões necessita de um acordo «alargado» mas garante que o Governo a fará «com ou sem PS».
Na resposta, o secretário-geral do PS disse esta que o partido não tem «a menor disponibilidade» para dialogar com o Governo sobre um novo corte de 600 milhões de euros nas pensões, recusando «fazer remendos» para compensar a incapacidade orçamental.
«Não temos a menor disponibilidade para qualquer diálogo que vise um novo corte de 600 milhões de euros nas pensões que é, aliás, uma medida que o Governo sabe antecipadamente inviável porque traduz, quase duplica a última tentativa que fez e que já foi declarada inconstitucional há poucos meses de um corte de 372 milhões», afirmou António Costa, na conferência "os caminhos de crescimento", promovido pelo Jornal de Negócios.
Concordando com a necessidade de «olhar com muita seriedade para o sistema de segurança social», António Costa contrapôs essa «questão de fundo» à intenção de «fazer remendos à custa do corte das pensões simplesmente para compensar a incapacidade da gestão orçamental».
«Uma coisa é olhar para a questão de fundo da Segurança Social, outra coisa é continuar a fazer remendos à custa do corte das pensões simplesmente para compensar a incapacidade da gestão orçamental», sustentou.
Sem avançar com propostas concretas, o secretário-geral do PS antecipou apenas ideias gerais sobre o que o partido defende, falando no alargamento da base contributiva para a Segurança Social e da diversificação das fontes de financiamento.
O líder socialista assegurou, contudo, que «ninguém chegará às eleições sem saber tudo o PS promete fazer», remetendo para dia 06 de junho todos os esclarecimentos.
Nesse dia, lembrou, o partido apresentará o seu programa de Governo.