O primeiro-ministro reagiu este sábado, em Valpaços, à polémica sobre a presença dos militares na cerimónia solene do 25 de Abril. Pedro Passos Coelho diz que se trata de uma questão menor e que é preciso dar relevância à data.
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«Não quero valorizar episódios laterais, ainda para mais numa data como esta. Vamos comemorar 40 anos sobre o 25 de Abril e espero que as comemorações possam decorrer com toda a dignidade e também com toda a valorização que devemos atribuir a um simbolismo tão importante quanto este, ainda para mais quando estamos, por feliz coincidência, a comemorar essa data com praticamente a conclusão do nosso programa de assistência económica e financeira», declarou hoje Passos Coelho, em Valpaços.
O primeiro-ministro reagia desta forma à polémica da última semana que envolveu a presidente da Assembleia da República e os militares de Abril.
Confrontada com a condição de usar da palavra imposta pelo presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, para que os militares de Abril estejam presentes na sessão solene, Assunção Esteves respondeu: «O problema é deles».
O primeiro-ministro comentou também hoje a questão dos cortes que o Governo vai ter de fazer em 2015. «Nós, na próxima semana, iremos comunicar essas medidas. Não são medidas que incidam em matéria de impostas, salários ou pensões, creio que já esclareci bem essa matéria e não creio sinceramente que devemos estar todos os dias a criar uma notícia em volta dessa matéria», disse Pedro Passos Coelho.
Para atingir a meta de défice de 2,5% em 2015, o primeiro-ministro referiu que terão de ser identificadas «poupanças ao nível da máquina do Estado que honrem esses compromissos».
«Não é um trabalho que se faça de um dia para o outro, mas é um trabalho que será apresentado ao país muito proximamente e creio que, sinceramente, não há nenhuma razão para estar a criar um bicho-de-sete-cabeças à volta desses cortes que o Estado vai ter de fazer para o próximo ano», sublinhou.
Passos Coelho salientou que, na próxima semana, será divulgado «o essencial dessas medidas, que serão depois completadas com a apresentação do Orçamento de Estado para 2015».