Passos reclama confiança na estratégia financeira mas aponta riscos de natureza externa
O primeiro-ministro não comenta aviso de Bruxelas sobre desiquilíbrios excessivos, reclamando confiança na estratégia financeira do Estado português.
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Na conferência "Turismo 2020", realizada após a abertura da Bolsa de Turismo de Lisboa, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), Pedro Passos Coelho não se referiu à decisão da Comissão Europeia de colocar Portugal num grupo de cinco países que exigem «monitorização específica» por «desequilíbrios excessivos», e depois escusou-se a falar do assunto aos jornalistas.
No final da sua intervenção, o chefe do executivo destacou a emissão de dívida pública a dez anos realizada hoje, considerando que há «sinais que se acumulam de confiança na estratégia financeira do Estado» e que isso cria «um quadro de financiamento à atividade económica a custos mais compatíveis com os modelos de negócio».
«A estratégia de consolidação orçamental de ajustamento das nossas finanças públicas não está apenas a prestar um bom serviço no médio e no longo prazo para os nossos impostos e, portanto, para todos aqueles que são chamados a suportar o peso do passado; presta também um bom serviço ao propiciar formas de financiamento mais acessíveis a toda a economia. E isso, se não resolve todos os nossos problemas, ajuda decisivamente a dar um vigor maior à nossa recuperação económica», acrescentou.
Em seguida, Passos Coelho apontou a existência de riscos fora do controlo de Portugal: «Sabemos, evidentemente, que ainda enfrentamos fatores de risco, sobretudo de natureza externa, mas essa é mais uma razão para fortalecermos a nossa posição cá dentro, para resistirmos bem caso esses riscos se possam vir a materializar, para podermos aproveitar melhor as oportunidades externas caso eles não se verificam».
«As tarefas que assumimos continuam a ser determinantes: trabalhar para proteger os portugueses e o país de riscos que nós não controlamos, e prosseguir as reformas para termos uma economia mais forte e uma sociedade mais democrática», concluiu.