O primeiro-ministro sublinhou, este domingo, a importância do voluntariado porque o Estado não consegue responder a todas as situações.
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Na conferência "Portugal Voluntário", organizada pela TSF e pela Fundação Manuel António da Mota, o primeiro-ministro reconheceu que a diferença entre os mais ricos e os mais pobres é cada vez maior.
Nesse sentido, Passos Coelho aproveitou para sublinhar a necessidade de dar um novo enquadramento legal ao voluntariado, até porque, sublinhou, o Estado não consegue dar resposta a todas as necessidades.
«Quando a escassez, às vezes mesmo a penúria, torna mais grave a vida de muitas pessoas que foram sendo excluídas da sociedade mais relevante se torna o trabalho de reintegração e de apoio social. O Estado é incapaz de dar conta dessas responsabilidades sozinho. O Estado precisa que as empresas auxiliem suplementarmente as pessoas que vivem em maiores dificuldades e todos precisamos dos voluntários para o poder realizar», afirmou.
O chefe do Governo admitiu ainda que a situação de pobreza em Portugal é muito elevada.
«Hoje temos de ter uma noção de qual é a dimensão da pobreza do país. Quando digo que vamos actualizar em mais de um milhão, é quase um milhão e meio, de pensionistas que vivem hoje de pensões sociais mínimas, estamos ao mesmo tempo a dizer que é muito, muito elevado o nível de pobreza em que Portugal hoje vive», reconheceu o primeiro-ministro.
«Nós temos consciência disto. Temos consciência que Portugal é ainda um país onde a assimetria entre aqueles que têm muito e os que têm quase nada é enorme. E essa não é uma responsabilidade que possamos atribuir a um Governo em particular, a um político, a um empresário em particular. É uma responsabilidade de todos, do país, que nós temos de corrigir», frisou.