
O primeiro-ministro considerou hoje que as previsões económicas do Banco de Portugal «não são muito distintas das do Governo» e afastam uma «recessão prolongada» em Portugal e voltou a rejeitar que sejam necessárias novas medidas de austeridade.
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O Banco de Portugal reviu em baixa as suas previsões de evolução da economia portuguesa, esperando agora uma contração de 3,4 por cento este ano e uma estagnação em 2013. De acordo com o seu boletim económico de primavera, hoje divulgado, «uma deterioração do cenário macroeconómico poderá conduzir à necessidade de adoção de medidas adicionais que garantam o cumprimento do objetivo orçamental».
Questionado pelos jornalistas, no final de uma reunião de cerca de 50 minutos com o grupo parlamentar do PSD, Pedro Passos Coelho respondeu que estas previsões «não estão muito longe» e «não são muito distintas das do Governo», que continua a prever uma recessão de 3,3 por cento este ano e 0,2 por cento de crescimento em 2013.
Quanto às novas medidas de austeridade que o Banco de Portugal admite que venham a ser necessárias, o primeiro-ministro reiterou que essa «não é a opinião do Governo», acrescentando: «Se fosse, o Orçamento retificativo que ainda hoje aprovámos em Conselho de Ministros iria prever novas medidas de austeridade, e não prevê».
Embora rejeitando anunciar novas medidas «só por pura precaução, só porque há algumas previsões que não são tão próximas das do Governo, Passos Coelho voltou a ressalvar que esse cenário não se pode excluir em absoluto».
«Se as coisas não correrem tão bem quanto estamos a esperar e for preciso corrigir alguma coisa, nós corrigiremos, mas não vou estar a anunciar medidas de correção que não são nesta altura antecipáveis nem necessárias», disse.
No seu entender, o que importa sublinhar quanto ao boletim de primavera do Banco de Portugal é que este contraria as «perspetivas mais negativas ou negativistas» segundo as quais a contração da economia este ano vai «arrastar o país para uma recessão prolongada, com nova contração da economia nos anos seguintes e ainda mais desemprego».
De acordo com o Banco de Portugal, a economia nacional «não vai estar em recessão» em 2013, assinalou Passos Coelho, acrescentando que o Governo continua a prever «um ligeiro crescimento em 2013».