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A Confederação do Comércio de Portugal e a Confederação de Agricultores de Portugal defendem que o aumento para 515 euros proposto pelo PCP e BE não é realista.
No Fórum TSF, o presidente da Confederação do Comércio de Portugal reconhece que a queda nos rendimentos das famílias está a prejudicar a economia, mas considera que os valores apresentados pelo PCP e Bloco de Esquerda (BE) são demasiado elevados.
João Vieira Lopes afirma que «os valores parecem-me um pouco exagerados tendo em conta a potencialidade das empresas», no entanto, considera que a discussão faz todo o sentido.
«Outro erro estrutural do plano de ajustamento é que não teve em conta que as famílias estavam altamente endividadas, nomeadamente no crédito à habitação. Portanto, todo este rendimento que diminuiu aliado à subida do desemprego levou a que o dinheiro disponível na sociedade para consumo seja muito baixo. Por isso, tem sentido neste momento discutir este tema do salário mínimo», conclui João Vieira Lopes.
Também João Machado da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) diz que sempre defendeu o aumento do salário mínimo mas lembra que o acordo com a troika impede qualquer aumento.
João Machado considera ainda que os valores propostos não lhe parecem aceitáveis como base de negociação.
«Não me parecem valores posssíveis neste momento. Fizemos um acordo anterior que se propunha chegar aos 500 euros e ainda estamos nos 485 euros e, portanto, parece-me claramente um valor despropocionado», afirma o presidente da CAP.