A ministra da Justiça manipulou dados sobre pedofilia para justificar a lista de pedófilos. A acusação faz manchete no semanário Expresso que adianta números dos serviços prisionais e confronta-os com os apresentados por Paula Teixeira da Cruz. Os serviços prisionais dizem que a taxa de reincidência de pedófilos é de 18% quando a ministra falou em 80%.
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A revelação é feita ao Expresso pela Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais: apenas 17,6% dos abusadores de menores, foram condenados mais do que uma vez. Uma percentagem que abrange não só este tipo de pedófilos mas também inclui os agressores sexuais de crianças que acumulam no cadastro outros crimes.
Não existem dados específicos sobre o primeiro caso, mas a percentagem é menor e no universo de todos os agressores sexuais, não só de crianças. Apenas 5,4% têm antecedentes na mesma tipologia de crime.
Já quando se tem em conta, todos os tipos de crimes a taxa de reincidência dos reclusos condenados a pena de prisão efetiva superior a 6 meses é de 24% a nível nacional e o tráfico e droga, o furto, ou roubo destacam-se na liderança dos crimes com maior numero de recaídas, por parte dos condenados.
Números que contrastam com os cerca de 80% de taxa de reincidência de pedófilos que foi avançada pela ministra da Justiça para justificar a criação da lista nacional de agressores sexuais de crianças. A luz verde foi dada há 2 semanas, quando a proposta de lei foi aprovada em conselho de ministros, mas que ainda tem que ser votada pelo parlamento.
Os números da ministra da Justiça já tinham sido criticados na quarta feira por Mauro Paulino, o psicólogo português referido por Paula Teixeira da Cruz para justificar a taxa de reincidência na pedofilia que a ministra classificou como «louca».
Na altura, em declarações ao Diário de Notícias o psicólogo disse ter ficado admirado porque no livro que escreveu não há taxas de reincidência na pedofilia e desconhece até estudos que tenha esse tipo de percentagens.