Numa carta aos militantes do CDS, Portas adverte para o agravamento da incerteza externa e reconhece que o sucesso português vai depender também dos outros, por isso o repto ao PS.
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Quanto maior for a incerteza externa, maior deve ser a coesão interna. O argumento serve a Paulo Portas para explicar aos militantes por que é que tem defendido, e vai continuar a defender, o diálogo privilegiado com o maior partido da oposição, bem como o consenso com os parceiros sociais.
Na carta enviada aos militantes, o líder do CDS aproveita para deixar um recado aos socialistas.
Portas apela ao PS para não cair na tentação de fazer oposição a qualquer preço e nem é tanto oposição ao Governo mas, escreve o número dois do executivo, é, ironicamente, oposição à troika que entrou em Portugal pela mão do PS.
Numa carta com nove páginas, Paulo Portas lembra que o recente acórdão do Tribunal Constitucional coloca mais um problema que o país dispensava.
Com o futuro na manga, o líder democrata-cristão faz questão de lembrar também aos militantes que há um dia seguinte à crise e o CDS deve saber antecipar politicamente esse futuro.
Portas quer já no próximo congresso mostrar um CDS reformador e decisivo na transformação do país. O presidente do partido que governa com o PSD elege questão fiscal como uma das mais importantes no futuro do país para deixar mais um aviso: o nível de impostos atingiu o limite mas não é possível baixar a carga fiscal.