Paulo Raimundo diz que Costa "desperdiçou dois anos" em que teve "tudo na mão"
O líder comunista rejeita a ideia de um pacto para a educação: "Se cumprirmos a lei, há uma parte desses problemas que se resolvem."
Corpo do artigo
O secretário-geral do PCP considerou esta terça-feira insuficiente a mensagem de Natal do primeiro-ministro, lamentando que António Costa não tenha reconhecido que "desperdiçou dois anos" com condições políticas e financeiras para melhorar a vida dos portugueses.
À margem de uma visita ao Conselho Português para os Refugiados (CPR), Paulo Raimundo foi questionado sobre a mensagem de Natal de António Costa, divulgada no domingo, na qual manifestou "confiança redobrada" nos portugueses, defendeu que deixou um país melhor ao fim de oito anos de liderança de governos socialistas, embora reconhecendo que ainda há problemas a resolver.
TSF\audio\2023\12\noticias\26\09_paulo_raimundo_1
"Não foi suficiente, o que o primeiro-ministro reconheceu é uma evidência: há que aumentar salários, pensões, reforçar os profissionais do Serviço Nacional de Saúde ou responder aos problemas de acesso à habitação", considerou o secretário-geral do PCP.
O líder comunista lamentou que o primeiro-ministro "não tenha reconhecido um elemento importante: teve dois anos com tudo na mão, em que poderia ter feito muito mais e responder aos problemas que identificou".
"A questão central é que o PS, a maioria absoluta do Governo, com condições económicas e financeiras, desperdiçou dois anos das nossas vidas, não abriu nenhum caminho novo e só agravou caminhos velhos", criticou, considerando que "a palavra confiança, quando é usada muitas vezes, quer dizer o contrário".
Entendimento entre esquerda e direita para a educação? PCP tem outra ideia
Na sequência dos resultados negativos das provas de aferição conhecidos esta terça-feira, Paulo Raimundo rejeita a necessidade de um pacto entre a esquerda e a direita para a educação, tal como sugeriu o presidente da Associação NAcional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, à TSF.
TSF\audio\2023\12\noticias\26\11_paulo_raimundo_3_educacao
"Sem promessas, sem agora cairmos na nesta altura natalícia numa chuva de promessas, é olhar para a situação e dizer assim: é preciso investir, é preciso mais professores, é preciso mais valorização dos professores também, é preciso criar condições para que as escolas deem resposta. Esse é que é essa questão. Não é preciso nenhum pacto. Se cumprirmos a lei, há uma parte desses problemas que se resolvem. O pacto está feito. Chama-se Constituição da República Portuguesa e não é a versão de 1976. Pode ser a versão atual que também resolvesse", considera o líder comunista.