Jerónimo de Sousa advertiu que será «profundamente ilegítimo» se o Governo negociar compromissos para compensar a ajuda externa que condicionem o país num período pós-eleitoral.
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O secretário-geral do PCP falava depois de um curto encontro com o primeiro-ministro, sobre o processo negocial a seguir pelo Governo com o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
De acordo com o líder dos comunistas, nas negociações com estas entidades internacionais, «será profundamente ilegítimo se o Governo assumir compromissos mais ou menos duradouros à revelia do povo português».
«O povo português vai ser consultado a 5 de Junho e seria sempre à sua revelia que tais medidas pudessem ser prolongadas no tempo. Quer se queira quer não, a soberania não reside no FMI, mas continua a residir no povo português», acentuou.
No encontro que teve com o primeiro-ministro, o secretário-geral do PCP disse ter comunicado a recusa do seu partido «ao pacto de submissão, num processo em que cada vez mais se verifica o saque a este país».
Jerónimo de Sousa revelou ainda que o seu partido apresentará alternativas para resolver a actual situação económica e financeira do país, designadamente através do reforço da produção nacional, renegociação das parcerias público-privadas e diversificação das fontes de financiamento.