PCP: Conselho de Estado deve redundar em proposta «antidemocrática» de consenso
O secretário-geral do PCP defendeu hoje que, com a convocação do Conselho de Estado, Cavaco Silva vai «possivelmente» repetir o apelo a um consenso, uma proposta «antidemocrática» que já se revelou um «falhanço».
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«Convocou o Conselho do Estado, com uma ordem de trabalhos que dá para tudo e dá para nada, mas possivelmente vai repetir o que repetiu não só há um ano, mas recentemente, designadamente no seu discurso de junho passado, em que claramente insiste na ideia de junção dos três partidos da troika, procurando um consenso», afirmou Jerónimo de Sousa.
Na conferência de imprensa de apresentação das conclusões da reunião do Comité Central do PCP, o secretário-geral comunista defendeu que essa proposta «comporta uma expressão claramente antidemocrática, porque quem escolhe, quem decide quem o representa é o povo português».
«Nesse processo de inclusões e exclusões do Presidente da República está a desrespeitar aquilo que deve ser a vontade do povo português», acusou.
Jerónimo de Sousa frisou ainda que «esse consenso já se notou, designadamente, nas políticas económicas, na subscrição do pacto de agressão», com consequências «tremendas».
«Esse apelo do Presidente da República também significa que certos círculos da nossa sociedade, particularmente os centros de decisão do capital, já consideram que a alternância não é suficiente, é preciso juntarem-se os três para prosseguirem esta mesma política», disse.
«É uma proposta com sentido de falhanço à partida, porque já tivemos a prova provada do que significam estes partidos juntos», disse, acusando o Presidente de "continuar a discriminar forças que têm representação na nossa sociedade".