O deputado do partido comunista João Dias sublinha que, apesar de Marco Capitão Ferreira já não ter funções no Governo, este deve apresentar-se para ser ouvido no parlamento.
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O PCP considera que a demissão do secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira, é uma decisão que o agora ex-governante "já deveria ter assumido" e que "peca por tardia".
"No Ministério da Defesa Nacional tem havido um historial de quem permanece em cargos, que vai rodando de direções em direções gerais, e muitas vezes até em cargos políticos, e ganham-se estes vícios de que muitas vezes acabamos por tomar conhecimento", começou por alertar o deputado do PCP João Dias.
Entre afirmações cautelosas, o deputado explica que o partido fica a aguardar "investigações que possam trazer alguma clarificação da situação ou até de possíveis situações que possam resultar daí", mas também "condições para que essa investigação seja feita".
Sobre se Marco Capitão Ferreira deve prestar esclarecimentos no parlamento após ter abandonado o Governo, João Dias sublinha que a convocatória já tinha sido feita, pelo que o mesmo deve ser ouvido.
"Uma coisa não impede a outra, ou seja, o senhor Marco Capitão Ferreira tem as suas responsabilidades. Essa convocatória já era prévia, entendemos que a mesma deverá ocorrer. Ainda assim, percebemos que poderá haver condições mais adiante para que ela possa ocorrer, mas ela deverá ocorrer", considerou.
Na quarta-feira, o Parlamento aprovou a audição de Estado Marco Capitão Ferreira para prestar esclarecimentos sobre um contrato assinado com a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN), antes de assumir funções no Executivo.
Em causa está um contrato de assessoria assinado em 25 de março de 2019 entre Marco Capitão Ferreira e a DGRDN, à data liderada por Alberto Coelho - um dos envolvidos na operação judicial Tempestade Perfeita - com uma vigência de 60 dias e no valor de 50 mil euros mais IVA.
Já antes do PCP, os restantes partidos da oposição tinham destacado a ideia de que a demissão de Marco Capitão Ferreira era "tardia" e que o mesmo deve prestar esclarecimentos.
O Chega anunciou ainda esta sexta-feira que vai entregar um novo requerimento para ouvir, com caráter de urgência, a ministra da Defesa sobre esta situação.