Na perspetiva do líder do PCP, referendar a eutanásia "poderá levar, não só a simplificações como a mistificações, tendo em conta o conteúdo das perguntas a fazer".
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Jerónimo de Sousa considera que não faz sentido convocar um referendo em relação a uma matéria sensível como a despenalização da morte assistida. Para o secretário-geral do PCP, convocar essa consulta poderia gerar ainda mais ruído num debate já de si complexo. "Em matérias desta natureza, de grande sensibilidade e complexidade, simplificar no preto e branco, no sim ou não, não ajudará a este processo", diz mesmo, ouvido pela TSF.
"Não acompanhamos a necessidade de um referendo. É conhecida a posição do PCP, mas, no que toca ao referendo em concreto, não dará resposta àquilo que é fundamental, pelo contrário." Na perspetiva do líder do PCP, referendar a eutanásia "poderá levar, não só a simplificações como a mistificações, tendo em conta o conteúdo das perguntas a fazer".
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Questionado pelos jornalistas, o secretário-geral comunista lembra que na campanha eleitoral o tema não foi debatido, e diz que não se sentiu um movimento popular que tivesse tornado necessário discutir a despenalização. Ainda assim, o líder do PCP reconhece que a Assembleia da República é soberana. No que toca ao PCP, Jerónimo reitera que é contra.
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"Não devemos refugiar-nos apenas no conceito jurídico. Estamos a falar do direito a uma vida digna, em que o Estado tem responsabilidades, e o Estado não as pode descartar." Jerónimo de Sousa apela então para que, "através de mecanismos legais que já existem, se possa garantir que as pessoas não tenham o sofrimento que conduz a essa decisão de acabar com a vida".
"Não matem, procurem que esse prolongamento da vida humana se concretize na nossa pátria", expressou ainda.