Líder comunista diz que é "hora de passar das palavras aos atos" com exigências ao Governo sobre o Suplemento de Insalubridade, Penosidade e Risco.
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Jerónimo de Sousa acusa o Governo de ter "restringido", no Orçamento do Estado para 2021, o universo de trabalhadores abrangidos pela proposta do PCP para um Suplemento de Insalubridade, Penosidade e Risco, dizendo que "mais do que inscrever este objetivo no Orçamento do Estado, cuja aplicação não está assumida, o que se exige é que o Governo concretize a regulamentação efetiva".
O líder comunista recorda que "quando chegou a hora" de começar a valorizar os trabalhadores que já tinham estado meses "na linha da frente do combate ao surto", o PS, naquilo a que chama um "volte-face" e uma "marcha atrás", "acaba por recuar na sua posição" sobre esse mesmo subsídio de penosidade e risco.
Como tal, e tendo em conta as "exigências e riscos acrescidos" a que os trabalhadores, designadamente do SNS, estão sujeitos nesta fase, Jerónimo de Sousa insiste que se "avance com uma valorização remuneratória relativamente aos dias em que prestem essa atividade".
É "hora de passar das palavras aos atos", até porque, realça, "não se pretende criar nenhum privilégio" a estes trabalhadores, mas sim que haja uma "justa compensação pelo conteúdo e natureza das funções que exercem".
Jerónimo de Sousa começou por esclarecer que este decreto-lei foi aprovado há mais de 20 anos, mas acusando PS, PSD e CDS de criarem um "vazio deliberado" que manteve "tudo em águas de bacalhau".
O PCP absteve-se no Orçamento do Estado para 2021 na generalidade, mas assegurou que o sentido de voto final depende da avaliação da última versão do documento.