O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, diz que é preciso apurar a verdade sobre o desaparecimento de documentos no negócio dos submarinos, um caso que considera «profundamente inquietante».
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«Não fazemos julgamentos sumários, mas há um Ministério da Defesa, não estamos a falar de uma instituição qualquer, que tem a obrigação estratégica de reserva dos documentos e eles desapareceram. Alguém tem de ser responsável», afirmou Jerónimo de Sousa, após discursar num comício realizado em Monte Gordo, concelho de Vila Real de Santo António.
O secretário-geral do PCP disse ser necessário «apurar a verdade» porque a situação do desaparecimento de documentos «é profundamente inquietante num negócio dessa dimensão e natureza, com as condições e contrapartidas que são conhecidas».
Jerónimo de Sousa frisou que, «se esse apuramento da verdade não se faz, os portugueses têm razões para desconfiar cada vez mais deste poder político que nos últimos anos tem governado o país», porque «há coisas que não batem a bota com a perdigota» no âmbito desse caso.
O secretário-geral comunista exemplificou com a compra de um eletrodoméstico, que disse ter «dois anos de garantia, enquanto comprar submarinos tem um ano», e considerou que «há contradições que podem revelar indícios de corrupção».