O PCP diz que a demissão do adjunto do ministro Miguel Relvas «vem adensar» as preocupações com o funcionamento das secretas e a necessidade de novas explicações do Governo, sublinhando que «a morte do mensageiro» não é suficiente.
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O deputado comunista João Oliveira afirmou hoje que a demissão do adjunto político do ministro dos Assuntos Parlamentares, Adelino Cunha, hoje divulgada, «vem adensar as preocupações em relação ao funcionamento dos serviços secretos porque, por uma lado, confirma de facto uma promiscuidade entre os serviços de informações e o poder político e económico, em particular ligações ao PSD» e, por outro, «vem exigir novas clarificações».
Em concreto, o PCP quer uma «clarificação cabal em relação à ligação entre o ministro Miguel Relvas e Jorge Silva Carvalho», o ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED).
«Quais são os contornos exatos dessa relação e quais são os fins a que essa relação se destinava», precisou o deputado, em declarações aos jornalistas hoje no Parlamento.
A demissão de Adelino Cunha é, para o PCP, «a morte do mensageiro».
«E nós não nos podemos bastar com a morte do mensageiro, temos de perceber quem é que mandou a mensagem e com que objetivo é que aquela mensagem foi mandada. O adjunto do ministro não age por si próprio, tem um responsável político, e esse responsável político é o ministro Miguel Relvas e têm de ser exigidos novos esclarecimentos sobre essa situação», acrescentou.
O deputado comunista acrescentou que o PCP vai analisar os «instrumentos parlamentares» disponíveis para pedir esses esclarecimentos, o que pode passar por pedir uma nova ida de Miguel Relvas à Assembleia da República ou pelo requerimento de outras audições.
O ex-jornalista Adelino Cunha anunciou hoje a sua demissão do cargo de adjunto político do ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares.