O líder do PCP acusou hoje o Governo de ter um projeto de «liquidação a sangue frio do regime democrático», considerando que a presença de Passos e Portas no executivo «tornou-se um perigo».
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«Não se trata apenas da gravidade das medidas violentíssimas» do Orçamento do Estado (OE) para 2013, que «é filho do pacto de agressão» assinado por PS, PSD e CDS, mas também do «projeto que se desenha, metodicamente elaborado e pensado, de liquidação a sangue frio do regime democrático de Abril consagrado na Constituição», disse Jerónimo de Sousa.
Segundo o líder dos comunistas, que falava num comício em Beja, a presença do primeiro-ministro e do líder do CDS «à frente do Governo já não é apenas uma ameaça às condições de vida, mas «tornou-se um perigo para a sobrevivência do próprio regime democrático constitucional».
No debate desta semana do OE para 2013, no Parlamento, «ficou muito claro» que Passos e Portas «consideram que é hora de dar a estocada final no projeto de democracia constitucionalmente consagrado, concretizando uma velha aspiração da direita portuguesa», afirmou.
«O rumo que o país segue é cada vez mais preocupante e o programa que o Governo PSD/CDS executa, em estreita articulação com a troika, que se arroga dona do país e do destino dos portugueses, assume contornos crescentemente perigosos e sinistros», alertou.
O líder do PCP considerou ainda que a «operação de refundação», anunciada por Passos Coelho, é uma «grande fraude ideológica», que «assenta na ideia de que o país está perante um único dilema: o de aumentar impostos ou cortar nas funções sociais do Estado».
Trata-se de «um falso e fraudulento dilema, que sonega a verdadeira solução para os problemas do país», disse Jerónimo, alertando para que «não haja ilusões: ou se põe fim a este Governo, a esta política, a este pacto de agressão, ou eles acabam com o país».