PCP na Serra da Estrela afetada pelos incêndios: relatos de quem perdeu tudo e apoios que tardam a chegar
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À hora certa, o sino da Igreja continua a tocar para os cerca de 20 habitantes de Quintas de Gonçalo, junto à Guarda. A vida desta população mudou há cerca de um ano, no grande incêndio da Serra da Estrela, quando perderam quase tudo. E os apoios prometidos pelo Governo tardam a chegar.
O executivo prometeu apoios aos afetados pelos incêndios, com um montante máximo de 1200 euros aos mais prejudicados. Até agora, o dinheiro ainda não chegou ao bolso de quem dele precisa.
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"Alguém devia ver o prejuízo que eu tive. Inscrevemos tudo na junta de freguesia, depois fomos chamados. Quando fiz a folha tinha um montante a receber e quando fui à junta baixou para metade. E, até hoje, essa mesma metade: zero", diz Silvano Santos.
Metade de 3500 euros menos um pouco, ou seja, os 1200 euros, o apoio máximo que o Governo disponibilizou aos agricultores. Depois dos incêndios, os autarcas e as associações reuniram-se com o executivo, mas, até agora, ainda não há conclusões.
O PCP vai, por isso, chamar ao Parlamento o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, e a líder parlamentar, Paula Santos lembra que depois do incêndio o Governo falou numa "oportunidade".
"Esperamos que não seja uma oportunidade perdida. Aquilo que temos visto é preocupante e revela esse desinvestimento. As questões da proteção da natureza exigem uma política de investimento", apela a deputada comunista.
