O PCP pede a demissão de Maria Luís Albuquerque, atual secretaria de Estado do Tesouro, que no passado foi diretora financeira da Refer.
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O líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, afirmou hoje que além de pedir explicações ao ministro de Estado e das Finanças sobre o denominado caso das 'swap', é «essencial a audição da secretária de Estado do Tesouro».
«Em relação ao caso que foi levantado na semana passada em plenário pelo PCP, sobre os contratos 'swap' [contratos de cobertura de risco] nas empresas públicas, consideramos que, tão essencial como ouvir o ministro das Finanças [Vítor Gaspar], é a audição da secretária de Estado do Tesouro [Maria Luís Albuquerque] porque está diretamente envolvida nessas operações no Governo e esteve envolvida em operações deste tipo enquanto era administradora da REFER», disse Bernardino Soares, à margem das jornadas parlamentares comunistas, em Viana do Castelo.
De acordo com vários meios da comunicação social, a Inspeção Geral de Finanças e o IGCP (Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública) está a fazer auditorias para analisar os financiamentos e os instrumentos de risco contratados, nos quais terão sido detetadas irregularidades. Segundo a imprensa, as substituições dos secretários de Estado Paulo Braga Lino e Juvenal Silva Peneda deveram-se a terem autorizado a celebração de `swaps, enquanto dirigentes de empresas de transportes públicos.
«Parece que duas das demissões do Governo têm a ver com esta situação. A secretária de Estado do Tesouro está em situação idêntica. Se o Governo aplica um critério para uns, tem de aplicá-lo para todos», defendeu o deputado do PCP.
Bernardino Soares, que perspetivou «um Governo a cair aos pedaços», ao qual «vai caindo cada semana mais um pedaço», sublinhou o conflito de interesses por parte de vários governantes.
«A gravidade destas operações é tal, sobretudo para quem está no Governo e culpabiliza os salários dos trabalhadores pelas situações das empresas, quando vários membros do Governo contribuíram para que as empresas tivessem milhares de milhões de euros de prejuízo potenciais. Quem tem essa responsabilidade tem de assumi-la publicamente e na Assembleia da República», exigiu.