
Reinaldo Rodrigues / Global Imagens
O líder comunista manifestou-se hoje preocupado com a possibilidade de o Governo impedir a greve anunciada da TAP no final do ano, considerando que isso evidencia a sua «teimosia e determinismo em privatizar» a empresa.
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Jerónimo de Sousa respondia assim aos jornalistas, à margem de um debate do Clube dos Pensadores, em Vila Nova Gaia, depois de questionado sobre a eventual possibilidade de o Governo vir a recorrer a pessoal civil para colmatar a anunciada greve de trabalhadores da TAP, defendendo o direito constitucional à greve.
«A violação do direito à greve não pode ser um ato banalizado. Os trabalhadores estão a exercer um ato constitucional na defesa dos seus interesses. Seria preocupante que o Governo tentasse impedir uma forma de luta constitucional, na sua teimosia e determinismo de privatizar a TAP», declarou o secretário-geral comunista.
Jerónimo de Sousa apelidou de «crime» a privatização da TAP e apontou que «o Governo terá de assumir as suas responsabilidades» caso avance com esta medida. «Creio que a proposta dos sindicatos é: suspenda-se a privatização e suspendemos a greve. Este é um elemento fundamental, porque os trabalhadores demonstram que não estão a fazer a luta pela luta, não estão a fazer a greve pela greve», afirmou, acrescentando que «a resposta está do lado do Governo».
Sobre o impacto que a greve na TAP possa causar no setor do turismo, o líder do PCP defendeu que «as vozes do turismo e as vozes nacionais deveriam pôr em primeiro lugar que a privatização da TAP significará um atentado ao interesse nacional».