PCP quer chamar ministro à AR para explicar chumbos de investigadores bolseiros
Mais de 90% dos doutorados que se candidataram a um emprego de investigador ficaram sem colocação. Ao todo foram formalizados apenas 300 contratos entre mais de três mil candidaturas.
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Os comunistas querem chamar ao Parlamento o ministro Manuel Heitor para esclarecer os resultados do concurso de investigadores bolseiros para este ano.
Mais de 90% dos doutorados que se candidataram a um emprego de investigador ficaram sem colocação. Ao todo foram formalizados apenas 300 contratos entre mais de três mil candidaturas. Por esse motivo, o PCP quer ouvir as explicações do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Quem já apresentou uma justificação para esta quantidade de chumbos foi a Fundação para a Ciência e Tecnologia, mas o argumento de que parte das candidaturas não atingiram o limiar do mérito não convenceu os comunistas.
À TSF, a deputada Ana Mesquita explica que o Partido Comunista Português quer ouvir Manuel Heitor, a Fundação para a Ciência e Tecnologia e a associação de Bolseiros de Investigação Científica.
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"Ainda há uns meses o ministro da Ciência, da Tecnologia e Ensino Superior dizia que havia pleno emprego entre os doutorados. Não se compreende que centenas e centenas de investigadores fiquem de fora."
Na perspetiva da deputada, "aquilo que tem vindo a ser dito muitas vezes é desmontado pelas associações e mesmo pelos investigadores individualmente, até em relação à questão do mérito"
Ana Mesquita alega que estes profissionais "não estão de facto com a vida minimamente regularizada e fora da precariedade". É por isso urgente, de acordo com a representante do PCP, "acabar com a imensa precariedade dos investigadores", já que esta situação constitui "uma perda para o país".
A deputada quer compreender por que há "interpretações" tão diferentes sobre o estado da ciência em Portugal.