A exigência comunista foi feita esta tarde depois do presidente do BIC/Portugal, Mira Amaral, ter dito que só foi possível comprar o BPN depois da intervenção direta do primeiro-ministro para evitar a liquidação.
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O PCP quer saber como Pedro Passos Coelho acompanhou pessoalmente o processo de venda do BPN ao BIC e quer conhecer em detalhe a intervenção do primeiro-ministro nas duas reuniões, a 23 e 28 de novembro de 2011, onde o Governo acabou por ceder, sublinha o PCP, no que antes não aceitava.
«Naturalmente é licito mas carece de explicação, sobretudo sobre aquilo que eram as condições que o primeiro-ministro ofereceu ao BIC que não pudessem também ser oferecidas pela secretária de Estado do Tesouro, que falava em nome do Governo», referiu Honório Novo, do PCP.
Para o deputado comunista é também estranho que Passos Coelho tenha optado por utilizar membros do governo angolano como intermediários na negociação.
«A que propósito? A que título? Se o primeiro-ministro telefonou ao engenheiro Mira Amaral para o convocar para uma reunião no dia 23 de novembro, que falhou, porque razão, se queria fazer uma nova tentativa, não telefonou novamente a Mira Amaral ou ao doutor Fernando Teles (presidente do BIC/Angola) e teve necessidade de fazer esta intermediação», explicou.
«A explicação tem que ser dada pelo primeiro-ministro para ver se é suficiente no nosso juízo», defendeu Honório Novo.