PCP questiona Governo sobre apoios públicos concedidos à AEP e futuro do Europarque
O PCP questionou o Governo sobre «os milhões de euros» de apoios públicos concedidos à Associação Empresarial Portuguesa (AEP) e sobre o futuro do Europarque.
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Na Assembleia da República, o deputado comunista Agostinho Lopes disse que, na semana passada, enviou ao ministro da Economia questões sobre as responsabilidades do Estado nos projectos Exponor, Europarque e Parque-Invest, da AEP.
«O conjunto de questões que fizemos ao ministro da Economia prende-se com a situação económico-financeira da AEP, nomeadamente sobre os milhões de euros de fundos públicos que a associação obteve, principalmente para três projectos: Exponor [Matosinhos], Europarque [Santa Maria da Feira] e Parque-Invest», explicou Agostinho Lopes.
Nas perguntas enviadas ao ministro Álvaro Santos Pereira, o deputado afirma que «a situação económico-financeira da AEP e, fundamentalmente, dos seus projectos Exponor, Europarque e Parque-Invest revelou significativos e volumosos compromissos financeiros do Estado» com a associação.
Agostinho Lopes lembra, no documento, que «os problemas [da AEP] vieram a lume porque o sindicato bancário (liderado pelo BPI) acabou por executar o aval do Estado ao financiamento de 35 milhões de euros do projecto Europarque» concedido pelo ministro das Finanças Eduardo Catroga, durante o último Governo do PSD.
Agostinho Lopes diz ainda que «A AEP terá acumulado um passivo de 99 milhões de euros, com défices económicos de exploração no conjunto das entidades empresariais que criou, não estando desde abril passado a cumprir com o serviço da dívida referente ao aval para o Europarque, que neste momento é de 30,3 milhões de euros».
Hoje, o deputado disse que «a associação empresarial está em risco de despedir 50 por cento dos seus trabalhadores», qualificando a situação actual como um caso de «subsidiodependência» das empresas do Estado e referindo que estão em causa «vultuosos» dinheiros públicos.