PCP questiona Governo sobre medidas para garantir salários dos trabalhadores da Autoeuropa
À TSF, Bruno Dias também pede medidas para defender os trabalhadores "que têm vínculos precários".
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O Partido Comunista Português entregou esta sexta-feira duas perguntas ao Governo, dirigidas ao ministro da Economia e à ministra do Trabalho, relacionadas com a paragem na produção da Autoeuropa.
"A questão que o PCP coloca ao Governo tem a ver com a necessidade de tomar medidas concretas para, por um lado, assegurar que os trabalhadores abrangidos por esta situação - pela qual não são de modo nenhum responsáveis, não têm culpa nenhuma do que está a acontecer -, como é que se garante, então que os trabalhadores têm os seus salários defendidos, as suas retribuições defendidas e que não as vão ver reduzidas", disse à TSF o deputado comunista Bruno Dias.
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Além disso, o PCP também que saber "que medidas estão a ser tomadas pelo Governo para assegurar a defesa de todos os trabalhadores envolvidos, desde logo daqueles que têm vínculos precários, apesar de todos os dias contribuírem com o seu trabalho, o seu esforço, para o funcionamento desta produção e para o crescimento, aliás, do fundo de produção na Autoeuropa".
Para Bruno Dias, há situações que têm de ser acauteladas: "Há que, por um lado, minimizar os impactos no aparelho produtivo nacional e de todos os trabalhadores deste conjunto de empresas, mas também não deixar de ter em conta a questão da cooperação nacional para esta produção, porque falamos das exportações, mas às vezes esquecemos da componente importada e de dependência que estes modelos de gestão e estes modelos de produção acabam por ter continuamente dentro deste sistema 'just in time'. Com as consequências que este tipo de problemas depois acaba por acarretar e é naturalmente indispensável que o Governo tome medidas, desde logo para assegurar a situação dos trabalhadores."
Apesar de já terem entregue as questões, os comunistas não colocam de parte a possibilidade de chamar Ana Mendes Godinho e António Costa Silva ao Parlamento.
"Nós excluímos qualquer iniciativa, quer na Assembleia, quer noutros âmbitos. Aquilo que nós assumimos com clareza é que continuaremos a intervir e a dar voz aos trabalhadores e às suas reivindicações e à sua causa, que é justa, que é a defesa do emprego, dos direitos e dos salários que devia aumentar e não deviam ser cortados, isso sim", diz o deputado comunista.
A empresa revelou na semana passada que iria haver uma paragem de produção de nove semanas, de 11 de setembro a 12 de novembro, devido às dificuldades de um fornecedor da Eslovénia "severamente afetado" pelas cheias que ocorreram no início do mês de agosto naquele país.
A administração da fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela anunciou também a intenção de recorrer ao `lay-off´ durante a paragem de produção, tendo chegado a um acordo com a Comissão de Trabalhadores sobre as remunerações a pagar nesse período de aplicação do 'lay-off'.