O líder parlamentar João Oliveira diz que a proposta do PCP ser a "única que não levanta dúvidas" e critica "hesitações e contradições" do PSD.
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O PCP anunciou em conferência de imprensa que se vai abster na votação da proposta do PSD de contrapartidas para a redução do IVA na energia para a taxa mínima de 6%, o que significa que a iniciativa deve chumbar na votação de logo à noite.
O líder parlamentar do PCP João Oliveira considerou que a proposta comunista "é a única que garante a baixa do IVA para 6% sem condições, nem contrapartidas" e desafiou os outros partidos a aprovarem a iniciativa do PCP que será a primeira a ser votada.
O líder da bancada comunista diz que se "lembra do filme dos professores", acusando o PSD de "hesitações e contradições" alterando a proposta "várias vezes". Para o PS seguiu também a acusação de "nada ter feito para reverter" a subida do IVA para a taxa máxima.
"O PS é tão responsável pela manutenção do IVA como o PSD", disse João Oliveira que recusou ter havido negociações com o PS e também a ideia de estar a "salvar a face" dos socialistas.
O PSD já anunciou que faz depender a aprovação da baixa do IVA da luz da aprovação das contrapartidas que propõe: um corte menor nos gabinetes ministeriais - de 8,5 milhões de euros em vez dos 22 milhões já chumbados na segunda-feira - e um ajustamento no excedente orçamental de 0,25% para 0,20%.
Por outro lado, os sociais-democratas alteram a entrada em vigor da medida para 01 de outubro, e não em 01 de julho, como previa a proposta inicial.
Os dez votos do PCP são cruciais porque os 108 deputados do PS e os 4 do PAN (112) são suficientes para contrariar os 100 que totalizariam os votos do PSD (79), Chega (1), Iniciativa Liberal (1) e do Bloco de Esquerda (19) que já anunciou votar a favor da proposta social-democrata. O CDS também se vai abster mas nas duas propostas.
As propostas sobre a redução do IVA na energia vão ser votadas no final da maratona de votações a pedido do PS.