Pedir ao PS que aprove travão financeiro é como "pedir ao peru que vote a favor do Natal"
Líder do PSD recorreu a uma comparação festiva para antever a votação que decorre esta sexta-feira no Parlamento.
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Na véspera de ser votado o texto final da comissão de educação e ciência sobre a recuperação do tempo de serviço dos professores, Rui Rio diz não acreditar que o Partido Socialista vote a favor de uma cláusula de salvaguarda financeira imposta pelo PSD.
Em Lisboa, no encerramento da Convenção Temática do PSD dedicada aos Assuntos Europeus, o presidente dos social-democratas defendeu que para o PS, votar a favor de mais rigor financeiro, é como pedir ao perú para pelo Natal.
"Pedir ao Partido Socialista que vote a favor de uma cláusula que visa pôr um travão financeiro é a mesma coisa que pedir ao peru para votar a favor do Natal", gracejou Rio, referindo-se à votação das propostas de CDS e PSD, votadas na manhã desta sexta-feira na Assembleia da República e que pretendem inserir salvaguardas financeiras no processo da contagem integral dos nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço congelado aos professores.
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Para o presidente do PSD, o "último ato da peça de teatro" acontecerá nos próximos dias, com o aparecimento de uma sondagem a dizer "que correu muito bem e vão ganhar as eleições".
O líder do PSD acusou Costa de "défice de sentido de Estado", considerando que a obrigação de um primeiro-ministro é garantir a estabilidade e evocou o seu antecessor, Pedro Passos Coelho.
"Em período económico muito difícil, o primeiro-ministro Passos Coelho fez exatamente o contrário", realçou, recebendo um forte aplauso dos apoiantes.
No encerramento da convenção do CEN, o ex-ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional Miguel Poiares Maduro -- que aceitou, simbolicamente, ser o último da lista do PSD às europeias -- também se referiu aos acontecimentos dos últimos dias.
"Um empresário que foge aos impostos não é um empresário de sucesso, mas um aldrabão; quem sabe de crime e não denuncia é um cobarde; um futebolista que cava um penálti é um batoteiro. Um político que inventa factos e se move apenas oportunismo nunca será um político de sucesso, será um homem sem princípios com ocasional sucesso político", afirmou.
Poiares Maduro acusou o PS e o atual Governo de serem "os campeões do Photoshop" por continuarem a 'apagar' as referências ao executivo de José Sócrates.
"Ouvir o PS falar de responsabilidade orçamental é o mesmo que ouvir um pirómano apresentar um plano de combate aos incêndios", acusou, manifestando estranheza por António Costa exigir à oposição uma responsabilidade que "diz nunca ter esperado daqueles que escolheu para parceiros de governação".
Na semana passada, na comissão de Educação, PSD, CDS-PP, BE e PCP isolaram o PS e aprovaram o princípio de que os professores terão direito à recuperação da totalidade do tempo no período em que houve congelamento.
Perante este passo, o primeiro-ministro, António Costa, numa declaração ao país, na sexta-feira, ameaçou demitir-se caso esse diploma seja aprovado em votação final global, alegando ser "injusto" socialmente e "insustentável" do ponto de vista financeiro.
Declarações de Rui Rio, em Lisboa, no encerramento da Convenção Temática do PSD dedicada aos Assuntos Europeus...onde participam também o antigo ministro Miguel Poiares Maduro e o cabeça de lista do PSD às Europeias.
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