Os trabalhos de resgate com mergulhadores foram interrompidos depois do aviso do Laboratório Nacional de Engenharia Civil de que pode haver novas derrocadas.
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Os mergulhadores da Unidade de Salvamento Aquático do Distrito de Portalegre (USADP) regressaram a casa devido ao risco de derrocada da escarpa e não sabem quando poderão voltar a entrar no poço da pedreira de Borba, considerado pelo coordenador Simão Velez como "dos piores cenários que os mergulhadores já encontraram ao longo de todos estes anos".
A última monitorização feita à escarpa pelos técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) deu conta da ameaça de novo desabamento, depois da intensa chuva que este domingo caiu no Alentejo, agravando a instabilidade na pedreira, onde continuam a decorrer as buscas para encontrar mais três vítimas mortais e duas viaturas, com recurso à drenagem de água.
"Recebemos a informação da instabilidade por parte do comandante de operações de socorro e interrompemos os mergulhos no domingo", revelou Simão Velez à TSF, acrescentando que a mais recente avaliação feita pelo LNEC reportou a existência de uma "massa de terra com elevada probabilidade de cair" como consequência da precipitação do fim de semana.
"Não há condições de segurança mínimas para continuarmos com ações de mergulho", justificou sublinhando que os mergulhadores da USADP ficam a "aguardar desenvolvimentos" para saberem se voltam ou não ao teatro de operações.
Os seis dias no terreno confirmaram as dificuldades admitidas à chegada da equipa de mergulhadores à pedreira, que alertavam para ações subaquáticas "bastante complexas e de elevada dificuldade", devido à irregularidade do terreno e à profundidade.
Ou seja, explicou, "além de uma profundidade variável, há imensos objetos e de grande dimensão, com carros", adiantou após terem estado no teatro de operações diferentes equipas de mergulho, da GNR, Força Especial de Bombeiros, além da unidade de Portalegre, envolvendo diferentes corpos de bombeiros do distrito. A USADP projetou cinco a seis mergulhadores por dia entre 24 operacionais das diferentes especialidades desta unidade que estiveram em Borba.