Pedro Costa à TSF: o "erro" de Marcelo, a continuidade de Costa e as críticas a Moedas
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Apresenta-se como presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique, em Lisboa, mas o apelido não deixa dúvidas. Pedro Costa é o filho mais velho do primeiro-ministro, António Costa, e no programa da TSF Minoria Absoluta antevê a saída do pai no final da legislatura, em 2026 (mas tudo pode acontecer). Defende que a tensão entre Belém e São Bento é uma "questão política", mas aponta "um erro" ao Presidente da República.
Pedro Costa admite que é difícil que o primeiro-ministro se mantenha no cargo para lá de 2026, no entanto, não descarta a hipótese. O jovem autarca garante que não é um assunto recorrente nas conversas com o pai que está no cargo desde 2015, pelo que "o desgaste é uma realidade".
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TSF\audio\2023\07\noticias\28\pedro_costa_pm_19h
"É muito difícil um político durar tanto tempo. Em particular, acho que há uma coisa que nós desvalorizamos nos dias de hoje: é muito difícil durar tanto tempo na forma como funcionam os ciclos noticiosos", aponta, lembrando que "as pessoas têm um limite, que não é uma exceção dos políticos".
O filho do primeiro-ministro desvaloriza a relação crispada entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, patente desde que os socialistas conquistaram a maioria absoluta. Na opinião de Pedro Costa, trata-se de "uma questão política e não uma questão pessoal", mas critica o Presidente da República por, a certa altura, ter colocado o cenário da dissolução em cima da mesa.
"Eu acho que o Presidente da República comete um erro quando decide consecutivamente, sempre com o mesmo argumento, falar da eventual dissolução do Parlamento. Não se revelou um grande favor à oposição. Na verdade, acho que cada vez que aparecia a fazer esse discurso, estava a desautorizar o presidente do seu partido", diz, referindo-se ao presidente do PSD Luís Montenegro.
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Além disso, Marcelo Rebelo de Sousa "não conseguiu bater o recorde do Presidente da República eleito com o maior número de votos", que era, diz Pedro Costa, "uma legítima intenção do professor Marcelo Rebelo de Sousa", título que continua a pertencer a Mário Soares, que conquistou 70% dos votos, nas presidenciais de 1996. Marcelo Rebelo de Sousa alcançou, em 2021, 60,70% dos votos.
A conquista da maioria absoluta pelo PS, também "é natural que tenha criado uma tensão", já que o Presidente da República fica obrigado a lidar com o mesmo primeiro-ministro "desde o primeiro ao último dia do seu mandato".
Na tomada de posse do novo Governo de António Costa, o Presidente da República avisou o primeiro-ministro que se decidisse sair para Bruxelas antes do final da legislatura, seria obrigado a convocar eleições, rejeitando dar posse a um novo chefe de Governo sem a legitimidade dos portugueses. Pedro Costa critica esta visão e defende que o Presidente "devia deixar as instituições funcionarem". Ainda assim, lembra que o pai já garantiu, várias vezes, que pretende cumprir o mandato.
Carlos Moedas? "Pode ser tentado" a avançar para o PSD
O presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique defende que o PS "tem condições" para voltar a ganhar a câmara da capital, colocando os nomes de Marta Temido e de Duarte Cordeiro como "elegíveis" para 2025, e até admite que Carlos Moedas pode sair antes do final do mandato.
"O PS está em condições de ser o rosto da oposição e de afirmar essa alternativa até ao próximo ciclo, mas é preciso que o Carlos Moedas ainda lá esteja", começa por dizer. Pedro Costa vê em Carlos Moedas "o rosto óbvio" para a liderança do PSD, caso as eleições europeias corram mal ao partido liderado por Luís Montenegro.
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"Pode mesmo ser tentado a fazê-lo", insiste, deixando várias críticas ao autarca lisboeta, "com quem é difícil" trabalhar.
O também autarca salienta que no PS "existem altos quadros", pelo que surgem vários nomes para os diferentes cargos políticos, seja para a Câmara de Lisboa ou para as eleições europeias. Pedro Costa admite que Ana Catarina Mendes pode ser candidata a Bruxelas, "assim como outros ministros", ou deputados de primeira linha da maioria absoluta socialista.
Pedro Costa é convidado do programa da TSF Minoria Absoluta, no último episódio da primeira temporada. Fica disponível, na íntegra, no sábado de manhã e pode ser escutado na antena da TSF no domingo depois do noticiário das 10h00.
