A dois meses das legislativas, Pedro Duarte lança um apelo para que os bons tempos do PSD deixem de ser uma imagem do passado, e tece extensas críticas à liderança cor de laranja e à governação atual do país.
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"Depois de 6 de outubro, o País poderá estar mergulhado numa longa noite de retrocesso. É nosso dever cívico fazer tudo para poupar as próximas gerações a (mais) quatro anos perdidos. E, acreditem, muito se vai decidir nestes quatro anos." As palavras são do ex-deputado do PSD Pedro Duarte, que acredita ser este um momento crucial para que o PSD volte a surgir como uma força política a ter em conta.
No espaço de opinião do Observador , Pedro Duarte considerou que "Portugal é mais importante do que os problemas internos do PSD, que precisamos agora de relativizar", e que "o PSD é fundamental para o futuro de Portugal". No entanto, o militante social-democrata não se coibiu de deixar críticas ao leme de Rui Rio, num partido que atualmente se tem visto em diversas disputas internas.
Pedro Duarte, hoje Quadro da Microsoft, faz menção às propostas que deixou ao partido, através do Manifesto X e com a aprovação de Luís Montenegro. Ainda assim, constata Pedro Duarte, "infelizmente, passados 22 meses, o programa do PSD permanece um enigma, em que o importante é não haver 'fugas de informação'".
A "estratégica errática da atual direção nacional", ou, por outras palavras, a "atual instabilidade e desmobilização que se sente nas hostes laranjas" faz também parte do alerta deixado pelo social-democrata, que não hesita em mobilizar-se para defender as cores do PSD: "No que me diz respeito, irei estar onde for preciso para ajudar a que o meu partido tenha o melhor resultado possível, porque acredito profundamente que esse é o melhor resultado para Portugal também."
Mais ainda, Pedro Duarte frisa uma "certa inaptidão do presidente do PSD para liderar" e "o vazio de ideias estruturadas", ou até mesmo "a forma caciqueira como se despreza o interesse do Partido e, pior, do País, em prol de caprichosas e imorais vinganças pessoais".
As críticas voltam, no entanto, para atingir o PS, que, caso volte a subir ao poder, poderá provocar, na perspetiva de Pedro Duarte, um "abalo" no regime político, "e abriria espaço a novos fenómenos perigosos para a democracia".
"Percebo a revolta daqueles que realmente gostam do PSD. Mas não caiamos na armadilha... Não nos deixemos arrastar para esta discussão interna menor. Pensemos no futuro do País e evitemos um descalabro de difícil reversibilidade", salienta ainda o social-democrata, opositor de Rui Rio.