Primeiro-ministro desautorizou o ministro das Infraestruturas, um dia depois de Pedro Nuno Santos ter anunciado que a solução para o novo aeroporto (Montijo/Alcochete) já estava decidida.
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O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, chegou ao início da tarde desta quinta-feira à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, para reunir-se com António Costa, confirmou a TSF.
A reunião, que já decorre, acontece depois de o chefe do Executivo ter desautorizado o ministro ao pedir revogação do despacho relativo à construção do novo aeroporto, abrindo assim uma crise no Governo.
A TSF apurou que o primeiro-ministro desconhecia o despacho do Ministério das Infraestruturas e que foi apanhado de surpresa.
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Mas em Madrid, à margem da cimeira da NATO, António Costa recusou-se a comentar a anulação do despacho sobre a solução aeroportuária Alcochete/Montijo, defendendo não falar de política nacional fora do país.
O primeiro-ministro remeteu explicações, se necessárias, para quando chegasse a Portugal, numa altura em que os partidos pedem a demissão de Pedro Nuno Santos.
Quem também se recusou a comentar a polémica foi Mariana Vieira da Silva. Na habitual conferência de imprensa após a reunião de Conselho de Ministros, a ministra limitou-se a reafirmar a necessidade de procurar um consenso sobre a construção do novo aeroporto.
Perante as questões dos jornalistas, Mariana Vieira da Silva confirmou que Pedro Nuno Santos não esteve na reunião do Conselho de Ministros, mas relativizou a substituição do responsável pela pasta das Infraestruturas., afastando qualquer "leitura política".
https://www.tsf.pt/portugal/politica/pedro-nuno-santos-ausente-do-conselho-de-ministros-demissao-compete-apenas-e-so-ao-primeiro-ministro-14980974.html
O Ministério das Infraestruturas divulgou na quarta-feira que a nova solução aeroportuária para Lisboa passava pela construção de um novo aeroporto no Montijo até 2026 e por encerrar o aeroporto Humberto Delgado, quando estivesse concluído o de Alcochete, em 2035.
Uma decisão tomada sem que tivesse existido uma negociação com o líder eleito do PSD, Luís Montenegro, com a qual o primeiro-ministro se tinha comprometido. Em entrevista à RTP, na noite de ontem, Pedro Nuno Santos argumentou que o principal partido da oposição se tinha colocado de fora do debate, assumindo também que o Presidente da República não tinha sido informado da decisão do seu ministério.